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Militares ocupam aldeias após massacre de 400 no Congo
Coalizão africana acusa rebeldes de Uganda por ataques
DA REDAÇÃO
Os três Exércitos envolvidos
na ofensiva contra rebeldes
ugandeses na República Democrática do Congo anunciaram
ontem a ocupação de aldeias no
leste do país para conter os
massacres desencadeados após
a operação. Pelo menos 400
pessoas foram assassinadas pelos rebeldes desde o Natal, segundo a organização católica
Caritas. No último domingo, a
ONU tinha registrado 189 mortes em três aldeias saqueadas.
"Deslocamos tropas para a
maioria das vilas que podem
ser alvo de ataques", disse ontem o capitão Chris Magezi,
porta-voz da operação conjunta dos Exércitos de Uganda, do
Congo e do sul do Sudão -região semiautônoma de maioria
cristã. "Vamos proteger os assentamentos civis, enquanto
outra força militar persegue os
rebeldes."
Os aliados afirmam que os
massacres são uma reação do
LRA (Exército de Libertação do
Senhor, na sigla em inglês) à
ação coordenada, que destruiu
bases do grupo no leste do Congo. O LRA nega participação e
acusa o Exército de Uganda de
promover os massacres para
mobilizar a opinião pública.
A ofensiva começou no mês
passado, após o líder do LRA,
Joseph Kony, recusar acordo
de paz com o governo de Uganda. Procurado pelo Tribunal
Penal Internacional por crimes
de guerra e crimes contra humanidade, Kony exige garantias de que ele e outros dirigentes do grupo não serão presos.
O grupo rebelde é acusado de
mutilar civis e sequestrar
crianças, forçando os meninos
a servir como carregadores ou
combatentes e as meninas, como escravas sexuais.
Autoproclamado profeta,
Kony alega defender o povo
acholi, que habita o norte de
Uganda, e prega um governo
fundamentalista cristão, baseado nos dez mandamentos e nas
tradições locais.
O LRA é um grupo compacto,
integrado por cerca de mil
combatentes. Sob ataque, eles
normalmente se dispersam,
mas logo voltam a se agrupar.
Em conflito com o governo
há duas décadas, o LRA está
fragilizado pela ruptura com o
governo sudanês. Cartum afastou-se do grupo após celebrar a
paz com a região sul do país,
que tem status semiautônomo.
Nos últimos anos, as bases dos
rebeldes migraram do Sudão
para o Congo.
Dilacerado por confrontos,
parcialmente interrompidos
pelo acordo de paz de 2003, o
Congo tornou-se refúgio para
grupos rebeldes dos países vizinhos. A exploração do rico subsolo congolês alimenta os conflitos. Entre 1998 e 2003, seis
Exércitos africanos lutaram no
país, em uma guerra que deixou
5 milhões de mortos, a maioria
vítimas da fome e de doenças.
Com agências internacionais
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