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PDVSA atrasa o pagamento de fornecedores e tenta renegociação
Queda do barril também afeta ministérios, que não renovam contratos de trabalho
DE CARACAS
Afetada pela queda abrupta
no preço do petróleo, a gigante
PDVSA e outras estatais venezuelanas estão atrasando pagamentos de seus fornecedores
em vários meses. A crise econômica também está atingindo
ministérios e outros órgãos do
governo Hugo Chávez, que não
estão renovando contratos de
trabalho de centenas de funcionários.
Na quinta-feira, a falta de pagamento da PDVSA levou a empresa norte-americana Helmerich & Payne a anunciar que paralisará até julho todas as 11
torres de perfuração que mantém na Venezuela caso a estatal
venezuelana não pague a sua
dívida, acumulada em quase
US$ 100 milhões. Até ontem,
duas torres já haviam deixado
de operar.
Dois dias antes, na terça-feira, a PDVSA anunciou ter encampado uma torre de perfuração de outra empresa norte-americana, a Ensco, em meio a
uma disputa por uma dívida de
US$ 36 milhões.
Em nota à imprensa divulgada anteontem, a PDVSA informou que está chamando empresas prestadoras de serviços
para "renegociar os contratos
vigentes". Segundo a estatal,
"em 2008, diante da alta dos
preços do petróleo, as empresas de serviço aumentaram os
custos para até 40%. Diante da
queda do preço, é necessário
que adaptem suas excessivas
tarifas ao cenário atual".
A estatal também negou acusações de sindicatos de petroleiros ligados à oposição de que
já haja demissões dentro da
empresa. Na nota, a PDVSA
afirma que, independentemente do valor do petróleo, "não tomará a decisão de diminuir a
folha de seus trabalhadores
nem em seus negócios tradicionais nem em suas filiais nem
em suas empresas mistas".
De acordo com o mais recente informe financeiro da estatal, de setembro, a dívida da
PDVSA com fornecedores somava US$ 7,8 bilhões.
Desde julho, quando o barril
de petróleo venezuelano chegou a custar US$ 130, o preço
não pára de cair. Na sexta-feira,
fechou a apenas US$ 37,95.
Além da PDVSA, outras empresas estatais também estão
atrasando pagamentos de fornecedores. É o caso da Cadafe
(Companhia Anônima De Administração e Fomento Elétrico), que abastece parte do país,
e da CVG (Corporação Venezuelana de Guayana), holding
que controla empresas do setor
de metalúrgico e que, segundo
fornecedores, tem uma dívida
de US$ 372 milhões.
Em repartições federais, como Venetur (Venezuelana de
Turismo), centenas de contratos temporários de trabalho
não estão sendo renovados.
(FM)
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