São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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PDVSA atrasa o pagamento de fornecedores e tenta renegociação

Queda do barril também afeta ministérios, que não renovam contratos de trabalho

DE CARACAS

Afetada pela queda abrupta no preço do petróleo, a gigante PDVSA e outras estatais venezuelanas estão atrasando pagamentos de seus fornecedores em vários meses. A crise econômica também está atingindo ministérios e outros órgãos do governo Hugo Chávez, que não estão renovando contratos de trabalho de centenas de funcionários.
Na quinta-feira, a falta de pagamento da PDVSA levou a empresa norte-americana Helmerich & Payne a anunciar que paralisará até julho todas as 11 torres de perfuração que mantém na Venezuela caso a estatal venezuelana não pague a sua dívida, acumulada em quase US$ 100 milhões. Até ontem, duas torres já haviam deixado de operar.
Dois dias antes, na terça-feira, a PDVSA anunciou ter encampado uma torre de perfuração de outra empresa norte-americana, a Ensco, em meio a uma disputa por uma dívida de US$ 36 milhões.
Em nota à imprensa divulgada anteontem, a PDVSA informou que está chamando empresas prestadoras de serviços para "renegociar os contratos vigentes". Segundo a estatal, "em 2008, diante da alta dos preços do petróleo, as empresas de serviço aumentaram os custos para até 40%. Diante da queda do preço, é necessário que adaptem suas excessivas tarifas ao cenário atual".
A estatal também negou acusações de sindicatos de petroleiros ligados à oposição de que já haja demissões dentro da empresa. Na nota, a PDVSA afirma que, independentemente do valor do petróleo, "não tomará a decisão de diminuir a folha de seus trabalhadores nem em seus negócios tradicionais nem em suas filiais nem em suas empresas mistas".
De acordo com o mais recente informe financeiro da estatal, de setembro, a dívida da PDVSA com fornecedores somava US$ 7,8 bilhões.
Desde julho, quando o barril de petróleo venezuelano chegou a custar US$ 130, o preço não pára de cair. Na sexta-feira, fechou a apenas US$ 37,95.
Além da PDVSA, outras empresas estatais também estão atrasando pagamentos de fornecedores. É o caso da Cadafe (Companhia Anônima De Administração e Fomento Elétrico), que abastece parte do país, e da CVG (Corporação Venezuelana de Guayana), holding que controla empresas do setor de metalúrgico e que, segundo fornecedores, tem uma dívida de US$ 372 milhões.
Em repartições federais, como Venetur (Venezuelana de Turismo), centenas de contratos temporários de trabalho não estão sendo renovados. (FM)


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