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Segurança está sob controle, diz general brasileiro
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Enquanto o Haiti continua
em ruínas, o general brasileiro
Floriano Peixoto, comandante
da Minustah, a missão de paz
da ONU no país, disse ontem
em entrevista por telefone de
Porto Príncipe que a segurança
está sob controle e que, do ponto de vista das forças, seria possível a realização de eleições até
o fim deste ano.
"Em termos de segurança e
logística para as eleições, posso
assegurar que já estamos prontos para apoiar qualquer iniciativa", disse o general. "Mas essa
é uma decisão nacional, e vamos apoiar o que quer que o
país decida."
As eleições legislativas haitianas estavam previstas para
fevereiro e março, e a presidencial para o final de 2010. Todas
ficaram inviáveis após a destruição pelo tremor. Não apenas não há mais organização de
regiões eleitorais, mas o material que seria usado para a votação virou pó e vários membros
da equipe da ONU que ajudaria
o processo morreram.
A situação caótica da liderança haitiana, porém, tem levado
o presidente René Préval e até a
secretária de Estado dos EUA,
Hillary Clinton, a pedirem a organização de votações o mais
rápido possível. O Parlamento
haitiano opera hoje em um trailer. Dos 30 senadores do país,
dois morreram no terremoto,
um assento estava vago e outros dez terminaram seus mandatos em novembro.
Peixoto e o general Ken
Keen, comandante da operação
americana no Haiti que falou a
seu lado na entrevista, concordam que o panorama apresenta
imensas dificuldades. "Engenheiros afirmaram que mil caminhões levariam mil dias só
para tirar o entulho das ruas. A
recuperação levará muitos
anos", disse Keen.
O que é certo é que, quando
as eleições forem organizadas,
o general Peixoto não estará
mais no país. Na semana que
vem, ele volta a Brasília, onde
deverá ocupar a liderança das
relações internacionais do
Exército.
O general negou rumores de
que sua saída do comando da
missão tenha ocorrido em meio
a disputas internas e com os
americanos a respeito da liderança das operações de resgate
e reconstrução pós-terremoto.
"O contrato sempre foi de um
ano, não houve discussões para
uma renovação. Até porque o
Exército brasileiro me quer em
outra posição", afirmou. Em
seu lugar assumirá o general
Luiz Guilherme Paul Cruz.
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