São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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Segurança está sob controle, diz general brasileiro

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Enquanto o Haiti continua em ruínas, o general brasileiro Floriano Peixoto, comandante da Minustah, a missão de paz da ONU no país, disse ontem em entrevista por telefone de Porto Príncipe que a segurança está sob controle e que, do ponto de vista das forças, seria possível a realização de eleições até o fim deste ano.
"Em termos de segurança e logística para as eleições, posso assegurar que já estamos prontos para apoiar qualquer iniciativa", disse o general. "Mas essa é uma decisão nacional, e vamos apoiar o que quer que o país decida."
As eleições legislativas haitianas estavam previstas para fevereiro e março, e a presidencial para o final de 2010. Todas ficaram inviáveis após a destruição pelo tremor. Não apenas não há mais organização de regiões eleitorais, mas o material que seria usado para a votação virou pó e vários membros da equipe da ONU que ajudaria o processo morreram.
A situação caótica da liderança haitiana, porém, tem levado o presidente René Préval e até a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a pedirem a organização de votações o mais rápido possível. O Parlamento haitiano opera hoje em um trailer. Dos 30 senadores do país, dois morreram no terremoto, um assento estava vago e outros dez terminaram seus mandatos em novembro.
Peixoto e o general Ken Keen, comandante da operação americana no Haiti que falou a seu lado na entrevista, concordam que o panorama apresenta imensas dificuldades. "Engenheiros afirmaram que mil caminhões levariam mil dias só para tirar o entulho das ruas. A recuperação levará muitos anos", disse Keen.
O que é certo é que, quando as eleições forem organizadas, o general Peixoto não estará mais no país. Na semana que vem, ele volta a Brasília, onde deverá ocupar a liderança das relações internacionais do Exército.
O general negou rumores de que sua saída do comando da missão tenha ocorrido em meio a disputas internas e com os americanos a respeito da liderança das operações de resgate e reconstrução pós-terremoto. "O contrato sempre foi de um ano, não houve discussões para uma renovação. Até porque o Exército brasileiro me quer em outra posição", afirmou. Em seu lugar assumirá o general Luiz Guilherme Paul Cruz.


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