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Depois de libertações, gestão Uribe mantém ofensiva contra Farc
Operação policial-militar realizada um dia após a soltura de 2º refém pela guerrilha mata sete rebeldes e prende seis
Ataque ocorre em meio a pressões na Colômbia por "acordo humanitário" de troca de 21 sequestrados por guerrilheiros presos
DA REDAÇÃO
Um dia após a liberação, pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de
um de seus reféns mais antigos,
um chefe da guerrilha esquerdista foi morto com ao menos
outros seis rebeldes em operação que incluiu um bombardeio
da Força Aérea colombiana a
um acampamento e enfrentamentos em terra com a polícia.
O líder morto é Ciro Gómez
Rayo, ou "Enrique Zúñiga", comandante da chamada "Frente
50" das Farc e que somava 36
ordens de prisão por crimes como homicídio, sequestro e rebelião. Outros seis guerrilheiros foram detidos na operação,
em uma zona rural montanhosa em San Miguel, departamento (Estado) de Tolima.
Com o ataque, o governo Álvaro Uribe procura mostrar
que não está disposto a ceder
no cerco à narcoguerrilha das
Farc, que com a soltura unilateral de dois militares nos últimos dias procura apoio para
trocar 21 reféns que lhe restam
por guerrilheiros presos.
"Isso [operação] demonstra
ao país que a política de segurança democrática não se deixa
distrair por falsas promessas de
paz ou gestos aparentemente
humanitários daqueles que
têm sido os terroristas mais desumanos e violentos que o
mundo conheceu", disse o ministro da Defesa, Gabriel Silva.
Após libertarem anteontem
o sargento Pablo Emilio Moncayo -sequestrado desde
1997-, as Farc anunciaram que
não entregarão mais reféns
unilateralmente. Pressionado
por alguns setores para aceitar
trocas com a guerrilha, o governo Uribe se disse disposto a
buscar "uma fórmula" para o
acordo, desde que haja garantia
de que os rebeldes soltos não
voltarão ao crime.
O alto comissário para a Paz
do governo colombiano, Frank
Pearl, disse, contudo, que o país
não tem como liberar guerrilheiros extraditados aos EUA,
condição até pouco tempo imposta pelas Farc. "A guerrilha
sabe que isso não é possível,
porque não está em nossas
mãos", afirmou.
Moncayo
Os primeiros exames médicos após a liberação de Moncayo, 32, atestaram a boa saúde
do militar, que, contudo, contraiu leishmaniose por seis vezes no cativeiro. A doença tropical provoca febre intermitente com semanas de duração,
fraqueza e anemia, entre outros sintomas.
Imagens do militar pouco
antes e durante o resgate foram
veiculadas pela rede de TV Telesur, controlada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o que gerou repúdio do governo colombiano. Em nota, a
Telesur negou que estivesse no
local da operação -disse ter recebido as imagens por e-mail,
como "outros meios colombianos e internacionais".
A informação foi confirmada
pelo canal colombiano Noticias
Uno, que afirmou que as imagens também chegaram às TVs
Ecuavisa (Equador) e RTVE
(Espanha).
Com agências internacionais
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