São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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Depois de libertações, gestão Uribe mantém ofensiva contra Farc

Operação policial-militar realizada um dia após a soltura de 2º refém pela guerrilha mata sete rebeldes e prende seis

Ataque ocorre em meio a pressões na Colômbia por "acordo humanitário" de troca de 21 sequestrados por guerrilheiros presos


DA REDAÇÃO

Um dia após a liberação, pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), de um de seus reféns mais antigos, um chefe da guerrilha esquerdista foi morto com ao menos outros seis rebeldes em operação que incluiu um bombardeio da Força Aérea colombiana a um acampamento e enfrentamentos em terra com a polícia.
O líder morto é Ciro Gómez Rayo, ou "Enrique Zúñiga", comandante da chamada "Frente 50" das Farc e que somava 36 ordens de prisão por crimes como homicídio, sequestro e rebelião. Outros seis guerrilheiros foram detidos na operação, em uma zona rural montanhosa em San Miguel, departamento (Estado) de Tolima.
Com o ataque, o governo Álvaro Uribe procura mostrar que não está disposto a ceder no cerco à narcoguerrilha das Farc, que com a soltura unilateral de dois militares nos últimos dias procura apoio para trocar 21 reféns que lhe restam por guerrilheiros presos.
"Isso [operação] demonstra ao país que a política de segurança democrática não se deixa distrair por falsas promessas de paz ou gestos aparentemente humanitários daqueles que têm sido os terroristas mais desumanos e violentos que o mundo conheceu", disse o ministro da Defesa, Gabriel Silva.
Após libertarem anteontem o sargento Pablo Emilio Moncayo -sequestrado desde 1997-, as Farc anunciaram que não entregarão mais reféns unilateralmente. Pressionado por alguns setores para aceitar trocas com a guerrilha, o governo Uribe se disse disposto a buscar "uma fórmula" para o acordo, desde que haja garantia de que os rebeldes soltos não voltarão ao crime.
O alto comissário para a Paz do governo colombiano, Frank Pearl, disse, contudo, que o país não tem como liberar guerrilheiros extraditados aos EUA, condição até pouco tempo imposta pelas Farc. "A guerrilha sabe que isso não é possível, porque não está em nossas mãos", afirmou.

Moncayo
Os primeiros exames médicos após a liberação de Moncayo, 32, atestaram a boa saúde do militar, que, contudo, contraiu leishmaniose por seis vezes no cativeiro. A doença tropical provoca febre intermitente com semanas de duração, fraqueza e anemia, entre outros sintomas.
Imagens do militar pouco antes e durante o resgate foram veiculadas pela rede de TV Telesur, controlada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o que gerou repúdio do governo colombiano. Em nota, a Telesur negou que estivesse no local da operação -disse ter recebido as imagens por e-mail, como "outros meios colombianos e internacionais".
A informação foi confirmada pelo canal colombiano Noticias Uno, que afirmou que as imagens também chegaram às TVs Ecuavisa (Equador) e RTVE (Espanha).

Com agências internacionais



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