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Língua ferina aproxima rivais de campos políticos opostos
DE LONDRES
De gerações e espectros políticos diferentes, os dois principais candidatos a prefeito da
capital britânica têm em comum a língua ferina.
Ken Livingstone, 62, foi presidente da Câmara Municipal
de 1981 a 1986. Saiu quando os
conservadores, então no comando do país, decidiram extinguir o órgão e dividir o comando da cidade entre conselhos locais. Quatorze anos depois, ao ser eleito prefeito, ironizou: "Bom, como eu estava
dizendo antes de ser tão deselegantemente interrompido...".
Mas Livingstone pode ser
mais duro. Em 2005, comparou
um repórter do jornal "Evening
Standard" a um "guarda de
campo de concentração". O repórter era judeu, mas o prefeito
jamais pediu desculpas.
Livingstone foi o responsável
pela introdução do pedágio urbano de 8 libras por dia (R$ 28)
para quem entra de carro no
centro. O transporte também
foi foco de um acordo polêmico
com Hugo Chávez, da Venezuela, cuja estatal petroleira decidiu subsidiar as passagens de
ônibus da população pobre londrina. "Quando aparece alguém
e pergunta se quero 14 milhões
de libras [R$ 47 milhões], a pessoa conquista minha atenção",
justificou Livingstone à época.
Johnson
Um dos principais motivos
do sucesso da candidatura do
rival do prefeito, o conservador
Boris Johnson, 44, é seu silêncio na campanha -Johnson é
conhecido pela enorme capacidade de cometer gafes.
Nos últimos anos, conseguiu
criar atritos com lugares tão diferentes quanto Liverpool (disse que a cidade sofria de um
"sentimentalismo ignorante"),
Porthsmouth (que ele afirmou
ser um lugar "cheio de drogas,
obesidade, fracasso e deputados trabalhistas") e Papua-Nova Guiné (onde aconteceriam
"orgias de canibalismo").
Se fosse só isso, Johnson não
estaria tão próximo da prefeitura. A BBC o definiu como "excêntrico, mas establishment".
Figura freqüente em programas de TV, é um dos poucos políticos britânicos chamado pelo
primeiro nome nas ruas.
Johnson é um dos líderes
conservadores no Parlamento.
Dirigiu a revista "The Spectator", mas fora isso não tem experiência administrativa.
(PDL)
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