São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Língua ferina aproxima rivais de campos políticos opostos

DE LONDRES

De gerações e espectros políticos diferentes, os dois principais candidatos a prefeito da capital britânica têm em comum a língua ferina.
Ken Livingstone, 62, foi presidente da Câmara Municipal de 1981 a 1986. Saiu quando os conservadores, então no comando do país, decidiram extinguir o órgão e dividir o comando da cidade entre conselhos locais. Quatorze anos depois, ao ser eleito prefeito, ironizou: "Bom, como eu estava dizendo antes de ser tão deselegantemente interrompido...".
Mas Livingstone pode ser mais duro. Em 2005, comparou um repórter do jornal "Evening Standard" a um "guarda de campo de concentração". O repórter era judeu, mas o prefeito jamais pediu desculpas.
Livingstone foi o responsável pela introdução do pedágio urbano de 8 libras por dia (R$ 28) para quem entra de carro no centro. O transporte também foi foco de um acordo polêmico com Hugo Chávez, da Venezuela, cuja estatal petroleira decidiu subsidiar as passagens de ônibus da população pobre londrina. "Quando aparece alguém e pergunta se quero 14 milhões de libras [R$ 47 milhões], a pessoa conquista minha atenção", justificou Livingstone à época.

Johnson
Um dos principais motivos do sucesso da candidatura do rival do prefeito, o conservador Boris Johnson, 44, é seu silêncio na campanha -Johnson é conhecido pela enorme capacidade de cometer gafes.
Nos últimos anos, conseguiu criar atritos com lugares tão diferentes quanto Liverpool (disse que a cidade sofria de um "sentimentalismo ignorante"), Porthsmouth (que ele afirmou ser um lugar "cheio de drogas, obesidade, fracasso e deputados trabalhistas") e Papua-Nova Guiné (onde aconteceriam "orgias de canibalismo").
Se fosse só isso, Johnson não estaria tão próximo da prefeitura. A BBC o definiu como "excêntrico, mas establishment". Figura freqüente em programas de TV, é um dos poucos políticos britânicos chamado pelo primeiro nome nas ruas.
Johnson é um dos líderes conservadores no Parlamento. Dirigiu a revista "The Spectator", mas fora isso não tem experiência administrativa. (PDL)


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