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Embaixador da Venezuela acusa ministro colombiano
Para venezuelano, Santos não é "amigo" do país
DA REDAÇÃO
O embaixador venezuelano
de assuntos especiais, Roy Chaderton, subiu o tom ontem com
a Colômbia ao afirmar que a
Venezuela nunca irá considerar o ministro colombiano da
Defesa -acusado pelo governo
de conspirar contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez,
- como "amigo", aumentando
a tensão entre os dois países.
"O senhor Juan Manuel Santos [ministro colombiano da
Defesa] de nenhuma maneira
podemos considerar amigo da
Venezuela porque apoiou o golpe de Estado em abril de 2002
[que tirou Chávez do poder por
48 horas]", declarou Chaderton
a uma rádio colombiana.
O chanceler colombiano,
Fernando Araújo, desconsiderou as declarações de Chaderton, afirmando que Bogotá tem
"como único interlocutor a
Chancelaria venezuelana e somente através dela reconhece a
posição oficial" do país em relação ao ministro.
As tensões entre Colômbia e
Venezuela aumentaram no começo de maio, quando Santos
declarou que "boa parte da droga colombiana sai pela Venezuela" em uma reunião organizada pela agência norte-americana antidrogas (DEA).
O governo venezuelano protestou formalmente contra esse comentário, em um incidente que ainda não foi superado,
apesar de duas tentativas de esclarecimento da situação por
parte de Bogotá.
Desde então, a tensão entre
os dois países é crescente. Anteontem, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reiterou
seu apoio ao ministro da Defesa, que descartou renunciar.
No final de maio, as Forças
Armadas da Colômbia anunciaram que estavam investigando uma possível relação de
militares colombianos com os
"círculos bolivarianos" -redes
criadas por inspiração do presidente Hugo Chávez para defender a "revolução bolivariana" e
que se disseminaram por vários
países da América Latina.
Na época, a investigação envolveu a família do principal líder da oposição no país, o senador Gustavo Petro.
Do outro lado, o ex-vice-presidente da Venezuela José Vicente Rangel acusou Santos de
"estar por trás do complô respaldado pelos EUA para desestabilizar o governo" de Chávez.
Na última segunda-feira, um
deputado e um reitor venezuelanos foram detidos na Colômbia e, posteriormente, deportados quando participavam de
um comício a favor de políticos
alinhados a Chávez.
Com agências internacionais
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