São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Embaixador da Venezuela acusa ministro colombiano

Para venezuelano, Santos não é "amigo" do país

DA REDAÇÃO

O embaixador venezuelano de assuntos especiais, Roy Chaderton, subiu o tom ontem com a Colômbia ao afirmar que a Venezuela nunca irá considerar o ministro colombiano da Defesa -acusado pelo governo de conspirar contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez, - como "amigo", aumentando a tensão entre os dois países.
"O senhor Juan Manuel Santos [ministro colombiano da Defesa] de nenhuma maneira podemos considerar amigo da Venezuela porque apoiou o golpe de Estado em abril de 2002 [que tirou Chávez do poder por 48 horas]", declarou Chaderton a uma rádio colombiana.
O chanceler colombiano, Fernando Araújo, desconsiderou as declarações de Chaderton, afirmando que Bogotá tem "como único interlocutor a Chancelaria venezuelana e somente através dela reconhece a posição oficial" do país em relação ao ministro.
As tensões entre Colômbia e Venezuela aumentaram no começo de maio, quando Santos declarou que "boa parte da droga colombiana sai pela Venezuela" em uma reunião organizada pela agência norte-americana antidrogas (DEA).
O governo venezuelano protestou formalmente contra esse comentário, em um incidente que ainda não foi superado, apesar de duas tentativas de esclarecimento da situação por parte de Bogotá.
Desde então, a tensão entre os dois países é crescente. Anteontem, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reiterou seu apoio ao ministro da Defesa, que descartou renunciar.
No final de maio, as Forças Armadas da Colômbia anunciaram que estavam investigando uma possível relação de militares colombianos com os "círculos bolivarianos" -redes criadas por inspiração do presidente Hugo Chávez para defender a "revolução bolivariana" e que se disseminaram por vários países da América Latina.
Na época, a investigação envolveu a família do principal líder da oposição no país, o senador Gustavo Petro.
Do outro lado, o ex-vice-presidente da Venezuela José Vicente Rangel acusou Santos de "estar por trás do complô respaldado pelos EUA para desestabilizar o governo" de Chávez.
Na última segunda-feira, um deputado e um reitor venezuelanos foram detidos na Colômbia e, posteriormente, deportados quando participavam de um comício a favor de políticos alinhados a Chávez.


Com agências internacionais


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