São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Insulza espera acordo entre presidentes

CLAUDIA ANTUNES
ENVIADA ESPECIAL A SAN PEDRO SULA (HONDURAS)

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, jogou para hoje, na posse do novo presidente de El Salvador, Mauricio Funes, a possibilidade de que os presidentes latino-americanos cheguem a um acordo sobre o tema cubano que evite a polarização com os EUA na Assembleia Geral da entidade, que começa amanhã.
Vários presidentes da região, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva e o venezuelano Hugo Chávez, vão à posse.
As esperanças de Insulza estão depositadas no efeito moderador que dirigentes como Lula e a chilena Michelle Bachelet possam ter sobre os chavistas -que vêm defendendo não apenas a revogação da decisão que suspendeu Cuba em 1962 como que as portas da OEA, que aprovou em 2001 uma Carta Democrática, sejam abertas sem precondições para a ilha comunista.
"Sou um otimista impenitente e temos tempo. Amanhã [hoje] os presidentes vão conversar sobre isso", disse Insulza em entrevista coletiva em San Pedro Sula, cidade que abrigará a assembleia. Ele não quis especular sobre a chance de que, abandonando tradição de consenso, diferentes resoluções sobre Cuba sejam votadas pelo plenário dos 34 países.
O encontro é de ministros das Relações Exteriores, mas presidentes como Daniel Ortega (Nicarágua) e Fernando Lugo (Paraguai) anunciaram que comparecerão, vindos da posse de Funes.
Chávez também falou em vir. Ontem, a manchete do principal jornal hondurenho, "La Prensa", era "Chávez ameaça a OEA", a partir de afirmação de que ou a entidade "se subordina à vontade dos governos que a formam" ou "é preciso sair da OEA e criar uma organização de Estados soberanos".
Insulza comentou indiretamente: "Para praticar a solidaridade [espécie de mote chavista], é preciso discutir tudo, e não só aquilo sobre o que estamos de acordo".


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