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Brasileira que estava em barco sobrevive a ataque
DE SÃO PAULO
Um dos sobreviventes do
ataque à frota é a cineasta e
ativista brasileira Iara Lee.
Descendente de coreanos,
ela viajava com passaporte
dos Estados Unidos, onde
mora desde 1989.
Segundo a Embaixada de
Israel em Brasília, Lee está
em "boas condições de saúde", sob tutela das autoridades israelenses, e deve ser
deportada em breve, já que
se recusou a deixar o país.
Em artigo publicado no site do "The Hill", que circula
no Capitólio, Lee conta que
"normalmente, consideraria
uma missão de boa vontade
como esta inócua", mas que
decidiu participar por "acreditar de uma forma resoluta
que ações não violentas são
vitais para educar o público
sobre o que está ocorrendo".
No texto, Lee admite sua
preocupação com sua segurança, devido a ataques ocorridos anteriormente a barcos
que tentavam chegar a Gaza,
mas reforça o desejo de combater o bloqueio, que classifica de "uma vergonhosa violação dos direitos humanos".
Lee partiu na quinta-feira
passada da Turquia a bordo
de um barco com conexão à
internet. Na madrugada, por
meio da rede Facebook, ela
própria alertou os amigos e
familiares sobre o cerco às
embarcações.
"A Marinha israelense já
envia ameaças, mandando
que mudemos nosso curso.
Esperávamos por eles, mas
não tão cedo, e em águas internacionais!", disse. "Israel
já colocou um helicóptero sobre nós e há três navios da
Marinha visíveis e mais um
no radar", completou.
Nas mensagens, chamou a
abordagem israelense de "totalmente ilegal" e pediu que
eventuais leitores dos EUA
entrassem em contato com
"os Clinton", antigos embaixadores ou outros políticos
para tentar exigir que Israel
"cumpra a lei internacional".
Lee trabalhou como produtora da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
por cinco anos antes de ir para Nova York, onde fundou a
Caipirinha Produções. Nesta
empresa lançou, entre outros
títulos, "Sob a Burca", sobre
a vida das mulheres afegãs.
Em 2006, a cineasta foi
morar no Líbano, onde presenciou o ataque israelense
ao país. Como resultado da
experiência, criou a campanha "Faça Filmes, Não Guerra" e passou a trabalhar pela
paz no Oriente Médio.
Dois anos depois, foi viver
no Irã, onde diz ter agido ao
lado de organizações americanas na tentativa de melhorar os laços diplomáticos entre ambos os países.
Como ativista, Lee ainda
atuou contra bombas "cluster" e como conselheira do
International Crisis Group.
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