São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Brasileira que estava em barco sobrevive a ataque

DE SÃO PAULO

Um dos sobreviventes do ataque à frota é a cineasta e ativista brasileira Iara Lee. Descendente de coreanos, ela viajava com passaporte dos Estados Unidos, onde mora desde 1989.
Segundo a Embaixada de Israel em Brasília, Lee está em "boas condições de saúde", sob tutela das autoridades israelenses, e deve ser deportada em breve, já que se recusou a deixar o país.
Em artigo publicado no site do "The Hill", que circula no Capitólio, Lee conta que "normalmente, consideraria uma missão de boa vontade como esta inócua", mas que decidiu participar por "acreditar de uma forma resoluta que ações não violentas são vitais para educar o público sobre o que está ocorrendo".
No texto, Lee admite sua preocupação com sua segurança, devido a ataques ocorridos anteriormente a barcos que tentavam chegar a Gaza, mas reforça o desejo de combater o bloqueio, que classifica de "uma vergonhosa violação dos direitos humanos".
Lee partiu na quinta-feira passada da Turquia a bordo de um barco com conexão à internet. Na madrugada, por meio da rede Facebook, ela própria alertou os amigos e familiares sobre o cerco às embarcações.
"A Marinha israelense já envia ameaças, mandando que mudemos nosso curso. Esperávamos por eles, mas não tão cedo, e em águas internacionais!", disse. "Israel já colocou um helicóptero sobre nós e há três navios da Marinha visíveis e mais um no radar", completou.
Nas mensagens, chamou a abordagem israelense de "totalmente ilegal" e pediu que eventuais leitores dos EUA entrassem em contato com "os Clinton", antigos embaixadores ou outros políticos para tentar exigir que Israel "cumpra a lei internacional".
Lee trabalhou como produtora da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo por cinco anos antes de ir para Nova York, onde fundou a Caipirinha Produções. Nesta empresa lançou, entre outros títulos, "Sob a Burca", sobre a vida das mulheres afegãs.
Em 2006, a cineasta foi morar no Líbano, onde presenciou o ataque israelense ao país. Como resultado da experiência, criou a campanha "Faça Filmes, Não Guerra" e passou a trabalhar pela paz no Oriente Médio.
Dois anos depois, foi viver no Irã, onde diz ter agido ao lado de organizações americanas na tentativa de melhorar os laços diplomáticos entre ambos os países.
Como ativista, Lee ainda atuou contra bombas "cluster" e como conselheira do International Crisis Group.


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