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Campo terá bancada com 13 membros no Congresso argentino
Ruralistas, protagonistas de briga tributária com casal Kirchner, venceram em bastiões peronistas
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Protagonistas do conflito tributário que contribuiu para a
derrota do governo Cristina
Kirchner nas eleições legislativas de domingo na Argentina,
os produtores rurais agora terão uma bancada própria no
Congresso do país.
Ao transferirem às urnas a
disputa pela baixa de impostos
e por liberação de exportações,
os ruralistas elegeram 12 deputados federais e uma senadora,
em 9 das 23 Províncias e por diferentes forças de oposição.
"O 28 de junho [dia da eleição] será o grande ato do campo
em 2009", afirmava antes do
pleito o presidente da Sociedade Rural Argentina, Hugo Biolcati. No último verão, a maior
seca dos últimos 50 anos no
país reavivou a já histórica briga do setor com o governo.
Agora os agrodeputados buscarão o controle da Comissão
de Agricultura da Câmara, de
onde esperam impor a agenda
do setor, que inclui fim de controle de preços e incentivos à
produção de carne, leite e trigo,
em retrocesso na Argentina.
"Não venceram apenas candidatos ligados a entidades do
campo, mas outros que apoiam
nossas propostas", afirmou à
Folha Néstor Roullet, vice-presidente da CRA (Confederações Rurais Argentinas).
Os líderes das quatro principais entidades ruralistas não se
lançaram à disputa, mas três
vice-presidentes foram eleitos.
Incluindo postulantes a cargos
provinciais e municipais, houve cerca de 300 "agrocandidatos" pelo país -o setor ainda
faz o balanço dos eleitos.
Ao comentar a eleição anteontem, Cristina manteve o
discurso duro em relação ao setor e disse que os candidatos
ruralistas haviam perdido em
todas as Províncias. Omitiu,
contudo, o resultado de Entre
Rios (3,2% dos votos nacionais), onde venceu a lista encabeçada pelo empresário da soja
Atilio Benedetti.
O voto legislativo na Argentina é feito em listas de partidos
-quanto mais votos, mais candidatos entram. O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), por exemplo, foi eleito
deputado mesmo com o seu
partido perdendo as eleições.
Dessa maneira, o campo emplacou candidatos em bastiões
peronistas como Formosa e
Chaco, no norte do país.
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