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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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BÓSNIA

Pena é a mais severa da corte para a ex-Iugoslávia

Tribunal da ONU condena à prisão perpétua ex-prefeito sérvio-bósnio

DA REDAÇÃO

Um ex-prefeito sérvio-bósnio recebeu ontem a primeira sentença de prisão perpétua do tribunal da ONU para crimes na ex-Iugoslávia, por participação no extermínio, na expulsão e na detenção em massa de pessoas que não eram sérvias, em 1992, na Bósnia.
Milomir Stakic era prefeito de Prijedor, no noroeste do país, na Guerra da Bósnia (1992-1995). Ele foi declarado culpado pelos crimes de extermínio, assassinato e perseguição, mas não foi considerado responsável por genocídio.
No conflito bósnio, Stakic foi um líder importante para os planos dos sérvios da Bósnia de expulsar muçulmanos e croatas da região de Prijedor e de organizar campos de detenção, nos quais eles eram mortos ou torturados.
Mais de 1.500 pessoas foram mortas e 20 mil expulsas por forças sérvio-bósnias que dizimaram cidades e vilas na região de Prijedor em ações contra a independência da Bósnia. Os juízes disseram que o ex-prefeito, que é médico, autorizou a criação dos campos de Omarska, Keraterm e Trnopolje, que viraram sinônimo das atrocidades da limpeza étnica.
A sentença foi a mais severa imposta pelo tribunal da ONU para a ex-Iugoslávia, criado há cerca de uma década para julgar acusados de crimes durante a decomposição iugoslava no início dos anos 90. O médico poderá obter a libertação por bom comportamento após cumprir 20 anos de prisão.
A pena mais grave definida até então havia sido para o ex-comandante sérvio-bósnio Radislav Krstic, que foi condenado a 46 anos de prisão em 2001 por causa do massacre de Srebrenica, em 1995. Cerca de 250 mil pessoas foram mortas na Guerra da Bósnia.


Com agências internacionais

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