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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Aceleração da transição de poder reduziria tensões; 2 soldados morrem em ataques, e outro, em acidente

EUA vêem eleição em 2004 e perdem mais 3

DA REDAÇÃO

O Iraque pode ter um governo democrático eleito em meados de 2004, disse ontem em Bagdá o diplomata americano Paul Bremer, chefe da Autoridade Provisória da Coalizão (APC), no dia em que as forças dos EUA perderam mais dois soldados em ações hostis e outro em acidente.
Para Bremer, os iraquianos devem votar pela promulgação de uma nova Constituição, escrita por uma Assembléia a ser convocada nos próximos meses, e depois ir às urnas em eleições gerais.
Atualmente, o Iraque é governado pela APC, entidade sob o controle dos EUA e do Reino Unido (líderes da invasão em março). Para amenizar as críticas de que os iraquianos não estavam participando do governo e acelerar o processo de transferência de poder -única solução vista por analistas para amenizar as tensões contra a ocupação no país-, a APC nomeou, no último dia 13, o Conselho de Governo Iraquiano.
Mas o conselho sofre com dois inconvenientes. O primeiro é que seu poder é limitado - ainda que possa nomear e demitir ministros e deva aconselhar a APC, o poder decisório se restringe a Bremer. O segundo é que, dada a multiplicidade de facções religiosas, políticas e étnicas que representa, seus 25 membros têm encontrado dificuldade em obter decisões consensuais. Para eleger seu presidente, o grupo levou duas semanas e acabou optando por uma presidência rotativa a ser ocupada por nove de seus integrantes, cada um por um mandato de um mês.
Mas Bremer não mencionou o atraso nas decisões do conselho. "Com certeza não é irreal pensar que poderíamos ter eleições no meio de 2004. E quando um governo soberano for empossado, a APC cederá a autoridade a esse governo e o meu trabalho chegará ao fim", disse, antecipando sua previsão anterior, de que as eleições ocorressem no fim de 2004.
A expectativa é acabar com as dúvidas sobre a legitimidade do governo iraquiano. Países procurados pelos EUA para cooperarem militarmente com a manutenção da paz no Iraque condicionaram sua ajuda a uma nova resolução da ONU.
Bremer disse ainda que a reconstrução do Iraque poderia custar entre US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões nos próximos anos.

Baixas
Enquanto tentam acelerar a transição do poder para os iraquianos, os americanos continuam a sofrer ataques constantes por parte da resistência.
Um soldado morreu ontem em um ataque com granada-foguete no centro de Bagdá. Outro morreu em uma estrada para o aeroporto da capital quando uma mina que ele tentava retirar explodiu. Numa base a noroeste da capital, um soldado da 4ª Divisão de Infantaria foi morto a tiros por agressores não-identificados.
O número de americanos mortos na guerra atinge 247. Em ações hostis, 166 foram mortos, 19 a mais do que na Guerra do Golfo. Dessas baixas, 52 ocorreram no pós-guerra. Outros 81 morreram em acidentes (59 no pós-guerra).


Com agências internacionais

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