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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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EUA

Porta-voz diz que Bush se opõe a qualquer união legal de gays

Casa Branca pondera uma proibição constitucional à união homossexual

DA REUTERS

O governo Bush está estudando uma emenda constitucional que garantiria a proibição de casamento no país. O presidente George W. Bush disse anteontem que os advogados de seu governo estavam estudando maneiras de proibir os casamentos homossexuais. Ontem, seu porta-voz, Scott McClellan, disse que ele se também opõe à qualquer tipo de união civil como alternativa.
"O presidente tem forte compromisso com a proteção da santidade do matrimônio e a defesa de uma instituição sagrada, a união entre um homem e uma mulher", disse McClellan. "Estamos estudando o que pode ser necessário no contexto dos processos judiciais pendentes".
Bush também se opõe à legalização das uniões civis homossexuais, que são permitidas no Estado de Vermont, disse McClellan. O porta-voz mencionou o apoio do presidente à lei federal ora em vigor, que permite aos Estados não reconhecer esse tipo de união civil mesmo que ela seja reconhecida em outros Estados.
A Human Rights Campaign, uma organização de defesa dos direitos dos homossexuais, criticou a posição do presidente, alegando que ela sugere "inscrever a discriminação no código legal de maneira ainda mais firme".
O debate sobre as uniões homossexuais se intensificou desde que o Canadá tomou medidas para legalizar os casamentos homossexuais e a Suprema Corte dos EUA revogou, em junho, as leis estaduais que proibiam a sodomia. Os conservadores dizem que a posição da corte poderia liberar o casamento homossexual.
Qualquer proposta de emenda constitucional enfrenta pesados obstáculos. Para sua aprovação, precisa obter dois terços dos votos na Câmara e no Senado, e ser ratificada por 75% dos Estados.
Ao ser questionado sobre sua opinião quanto à homossexualidade, na quarta-feira, Bush disse que "somos todos pecadores", mas McClellan esclareceu que isso não deveria ser interpretado como uma afirmação de que o homossexualismo é pecado.
Ele apontou que o entrevistador começara alegando que muitos dos partidários do presidente consideravam o homossexualismo imoral. A resposta de Bush expressava sua convicção de que "não lhe cabia" julgar os outros, disse McClellan.


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