São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

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Oposição acusa governo Obama de conspirar a favor de ilegais

Tema já contamina a campanha para o Congresso em novembro

ANDREA MURTA
ENVIADA ESPECIAL AO ARIZONA

No meio da polêmica causada pela entrada em vigor de uma nova lei de controle da imigração no Arizona, o governo Barack Obama foi acusado pela oposição de "conspirar" para dar cidadania a ilegais mesmo sem a aprovação da cada vez mais difícil reforma imigratória.
A grita mostra o quanto o tema se tornou incendiário. Alimentado pela controvérsia no Arizona, a imigração já contaminou as campanhas para a eleição do Congresso em novembro e é a primeira preocupação de latinos e a terceira para eleitores em geral, segundo pesquisas.
No caso da suposta conspiração, 12 senadores republicanos usaram como "prova" um rascunho de dossiê de um órgão federal, o Serviço de Cidadania e Imigração, intitulado "Alternativas Governamentais à Ampla Reforma Migratória", que sugere reduzir a ameaça de deportação de ilegais na ausência de cooperação do Congresso.
Entre as medidas propostas estão reinterpretar alguns tipos de status legal, permitindo que mais pessoas possam obtê-los, e adiar ações que levariam à remoção de ilegais já identificados.
O órgão responsável pelo texto diz que ele é apenas um exercício interno e não reflete políticas do governo.
Os 12 senadores exigem que o governo revele quantas vezes usou "sua autoridade discricionária para deixar ilegais ficarem no país".
A aposta dos republicanos é atrair simpatia entre americanos contrários a oferecer aos estimados 12 milhões de ilegais nos EUA um caminho legal à cidadania -o que críticos chamam de "anistia".
Hoje, essa aposta parece maior do que o medo de alienar os eleitores latinos, apesar de a participação dessa parcela dos votantes ter quase dobrado (de 5% para 9%) nas três últimas eleições.
Um exemplo marcante de como a escolha vem definindo as campanhas é a trajetória do senador republicano John McCain -que representa justamente o Arizona.
Antes de concorrer com Obama pela Presidência em 2008, era considerado moderado. Mas endureceu e passou a apoiar a SB 1070, a lei de imigração do Arizona que exige que policiais chequem o status de pessoas paradas por infração, caso haja "suspeita razoável" de ser ilegal.


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