São Paulo, segunda, 1 de setembro de 1997.



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Paparazzo vê falta de bom senso; autor de fotos de Di e Al Fayed diz estar triste com morte
Fotógrafos criticam profissão e casal

da Redação

O italiano conhecido como "senhor Paparazzo" disse que a morte de Diana prova que sua profissão perdeu os limites do bom senso, mas culpou a princesa e Dodi al Fayed por estarem aparentemente fugindo dos fotógrafos na perseguição de ontem.
Tazio Secchiaroli, 72, inspirou o personagem Paparazzo no filme "La Dolce Vita", de 1960.
"O limite dos fotógrafos deveria ser o bom gosto. Há um momento em que alguém deveria dizer 'parem'. As coisas não deveriam ir tão longe", afirmou Secchiaroli, agora aposentado.
O fotógrafo também culpou o casal. "Mas de outro lado, eu não entendo por que as celebridades tentam fugir dos paparazzi. Até certo ponto, eles deveriam se deixar fotografar", afirmou.
Outro notório paparazzo, Elio Sorci, 65, disse que a culpa é totalmente de Diana e de Al Fayed.
"É trágico, mas colocar a culpa nos fotógrafos parece absurdo para mim. Colocar em perigo a vida de alguém para fugir dos fotógrafos é algo que eu não consigo entender", afirmou Sorci.
O mundo dos paparazzi conheceu há poucas semanas sua própria celebridade -o italiano Mario Brenna trouxe a público o romance entre Di e Al Fayed.
Brenna foi o autor da foto que tablóides britânicos estamparam no dia 13 de julho em que os dois apareciam abraçados durante um cruzeiro pelo Mediterrâneo.
O "The Sunday Mirror" pagou cerca de US$ 500 mil para publicar em primeira mão. O "Daily Mail" e o "The Sun" pagaram US$ 200 mil cada um para republicação.
Seguiram-se as vendas para jornais não-britânicos. Estima-se que Brenna já tenha ganho mais de US$ 3 milhões.
O paparazzo se disse profundamente triste com morte de Diana. "Eu me lembro de duas pessoas felizes. Ouvir de repente que elas não existem mais é uma tragédia", afirmou Brenna.
A relação de Diana com a imprensa sempre foi tumultuada. Em 1993, ela conseguiu evitar na Justiça que fotos suas fazendo ginástica fossem publicadas.
No mesmo ano, relatório do comitê que apura abusos jornalísticos no Reino Unido concluiu que Charles e Diana usavam a imprensa como queriam.
No ano passado, quando negociava o divórcio do príncipe Charles, Diana processou um paparazzo, Martin Stenning, 36, que usava uma motocicleta para segui-la diariamente.
Ele foi condenado a ficar sempre a uma distância mínima de 300 metros da princesa de Gales.



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