|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RÚSSIA
Grupo islâmico que reivindicou o atentado contra dois aviões, há uma semana, assume o novo ataque e diz apoiar tchetchenos
Ataque de mulher-bomba mata dez em Moscou
DA REDAÇÃO
Uma mulher-bomba se explodiu ontem perto de uma estação
do metrô ao norte de Moscou,
matando ao menos dez pessoas e
ferindo outras 50, informou o governo russo.
A explosão ocorreu exatamente
uma semana depois da queda
quase simultânea de dois aviões
Tupolev de passageiros, qualificada pelo governo russo como um
"duplo atentado" terrorista realizado por mulheres-bomba tchetchenas.
Os ataques coincidiram com a
realização, no último domingo,
de eleições presidenciais na
Tchetchênia, palco de uma guerra
entre rebeldes separatistas e forças russas há dez anos, em que o
candidato do Kremlin saiu vitorioso, sob acusações de fraude.
Segundo o prefeito de Moscou,
Yuri Luzhkov, uma mulher estava
caminhando em direção à estação
de Rizhskaya, quando viu dois
policiais e "decidiu se destruir em
meio à multidão". A explosão,
equivalente a 1 kg de dinamite,
ocorreu em um estacionamento
localizado entre um shopping
center e a entrada da estação.
O grupo islâmico autodenominado Brigada Islambouli reivindicou a autoria da explosão em comunicado divulgado na internet,
alegando apoio aos "muçulmanos tchetchenos". O mesmo grupo havia assumido a autoria do
ataque aos aviões.
O comunicado, cuja autoria não
foi confirmada, diz que a explosão
foi um golpe contra o presidente
Vladimir Putin, "que massacrou
muçulmanos", e promete novos
ataques contra a "Rússia infiel".
Putin se recusa a negociar com
os rebeldes da Tchetchênia, de
maioria muçulmana, a quem
considera terroristas.
O Kremlin, porém, não responsabilizou os rebeldes pelo atentado. A Procuradoria Geral de Moscou abriu uma investigação. O governo norte-americano condenou o ataque.
O último atentado supostamente tchetcheno na capital russa havia sido em fevereiro, quando explosões em um trem de metrô
mataram pelo menos 39 pessoas.
As eleições do domingo na
Tchetchênia fizeram parte de
uma estratégia do Kremlin para
enfraquecer os rebeldes, que, no
entanto, ameaçaram com ataques
- inclusive o assassinato do
substituto do presidente Akhmad
Kadyrov, morto em maio em um
atentado a bomba. Resultados
oficiais apontaram a vitória do general e ministro do Interior, Alu
Alkhanov. A oposição denunciou
a ocorrência de fraude no pleito.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Sharon divulga datas de plano para sair de Gaza Próximo Texto: Iraque sob tutela: Terroristas anunciam a morte de 12 reféns Índice
|