São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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Bush recua e afirma que vencerá guerra ao terror

DA REDAÇÃO

Um dia depois de declarar, em entrevista na TV, que os EUA não poderiam ganhar a guerra ao terrorismo, o presidente George W. Bush voltou atrás e reafirmou que o país irá ganhá-la. Ontem, a frase foi exaustivamente explorada pela campanha do presidenciável democrata, John Kerry.
Anteontem, o presidente havia dito à NBC: "Não acho que se possa vencê-la [a guerra ao terror]. Mas penso que seja possível criar condições para que aqueles que usam o terror como instrumento sejam menos aceitos no mundo". Foi a primeira vez que deixou escapar algo que não fosse a pura afirmação da vitória.
Ontem, em Nashville (Tennessee), para um público formado por membros da Legião Americana, o maior grupo de veteranos de guerra do país, ele tentou se explicar: "Vivemos hoje um momento de guerra por nosso país, uma guerra que não começamos, mas que venceremos".
Bush acrescentou: "É um tipo de guerra diferente. Nós não vamos jamais nos sentar numa mesa de negociações de paz, mas não pode haver dúvida de que estamos vencendo e iremos vencer".
O porta-voz da campanha de Kerry, Phil Singer, foi irônico: "O que vimos hoje [ontem] é que George W. Bush é capaz de dar declarações dizendo que vamos ganhar a guerra contra o terror. Mas ele claramente tem dúvida sobre sua habilidade para fazer isso, e com boas razões".
Kerry e Bush, praticamente empatados nas pesquisas eleitorais, se digladiam para aparecer diante do público como o mais capaz "senhor da guerra", num momento em que o país trava múltiplas intervenções militares.
Até a primeira-dama dos EUA, Laura Bush, que normalmente silencia sobre política externa, fez questão de afirmar que o marido conduz a guerra ao terror e que irá vencê-la "para que todas as crianças possam crescer em um mundo mais pacífico".
Bush lançou a guerra contra o terror logo após o 11 de Setembro (2001), e, desde então, o tema é dominante na agenda política norte-americana. Numa coletiva em abril, ele falou de seus planos para vencer o terror; no discurso sobre o Estado da União, em janeiro, também não deixou dúvida sobre sua crença na vitória.


Com agências internacionais


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