São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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Oposição apela à desobediência civil

RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK

Mais de 30 manifestantes haviam sido presos pela polícia até o início da noite de ontem em Nova York por atos de desobediência civil e manifestações contrárias à Convenção Republicana e ao governo do presidente George W. Bush.
Uma coalizão de grupos chamada Ação A31 havia anunciado que usaria o dia para atos pacíficos de desobediência civil. "Passar algumas horas ou um dia na cadeia é um sacrifício pequeno comparado ao das pessoas sujeitas às políticas da administração Bush", afirmou a ativista Elizabeth Broad sobre as manifestações do dia.
Estavam marcadas para o final do dia as principais manifestações, que aconteceriam nas proximidades do Madison Square Garden, onde se realiza a Convenção Republicana.
Pela manhã, 17 pessoas foram presas por fazerem uma manifestação sem autorização e interromperem o trânsito nas proximidades de Wall Street, principal centro financeiro do mundo.
No Harlem, região pobre no norte da cidade, seis manifestantes foram presos por estarem usando máscaras e perambulando numa estação de metrô, disse a polícia.
Outra pessoa foi presa após subir numa árvore durante manifestação contrária à política de imigração dos EUA. Ativistas acusaram ainda a administração Bush de manter na prisão centenas de muçulmanos sem provas consistentes.
"Viemos aqui em solidariedade à comunidade imigrante que tem sido perseguida e discriminada", disse Maya Sharmen, 21, estudante da Universidade Rutgers, em Nova Jersey. "Bush está tentando transformá-los em bodes expiatórios."
Quase todas as manifestações têm sido pacíficas na cidade, e o número de pessoas presas é bem menor do que o inicialmente previsto -a Prefeitura de Nova York anunciou que estava preparada para prender cerca de mil pessoas por dia. Até ontem, cerca de 600 manifestantes haviam sido detidos ao todo, desde que as manifestações começaram, na quinta-feira passada.
Ainda ontem, durante um café-da-manhã oferecido pela empresa Halliburton -que já foi dirigida pelo vice-presidente Dick Cheney e é acusada de ter sido favorecida politicamente para conseguir negócios de US$ 18 bilhões na reconstrução do Iraque-, manifestantes atiraram dinheiro falso em frente ao hotel onde acontecia o evento.
Eles usavam máscaras de porcos e chamavam a empresa de "Hallibacon". "Eles são porcos e não se importam com vidas humanas", disse a manifestante Jodie Evans.


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