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Oposição apela à desobediência civil
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
Mais de 30 manifestantes haviam sido presos pela polícia até o
início da noite de ontem em Nova
York por atos de desobediência
civil e manifestações contrárias à
Convenção Republicana e ao governo do presidente George W.
Bush.
Uma coalizão de grupos chamada Ação A31 havia anunciado que
usaria o dia para atos pacíficos de
desobediência civil. "Passar algumas horas ou um dia na cadeia é
um sacrifício pequeno comparado ao das pessoas sujeitas às políticas da administração Bush",
afirmou a ativista Elizabeth Broad
sobre as manifestações do dia.
Estavam marcadas para o final
do dia as principais manifestações, que aconteceriam nas proximidades do Madison Square Garden, onde se realiza a Convenção
Republicana.
Pela manhã, 17 pessoas foram
presas por fazerem uma manifestação sem autorização e interromperem o trânsito nas proximidades de Wall Street, principal
centro financeiro do mundo.
No Harlem, região pobre no
norte da cidade, seis manifestantes foram presos por estarem
usando máscaras e perambulando numa estação de metrô, disse a
polícia.
Outra pessoa foi presa após subir numa árvore durante manifestação contrária à política de imigração dos EUA. Ativistas acusaram ainda a administração Bush
de manter na prisão centenas de
muçulmanos sem provas consistentes.
"Viemos aqui em solidariedade
à comunidade imigrante que tem
sido perseguida e discriminada",
disse Maya Sharmen, 21, estudante da Universidade Rutgers, em
Nova Jersey. "Bush está tentando
transformá-los em bodes expiatórios."
Quase todas as manifestações
têm sido pacíficas na cidade, e o
número de pessoas presas é bem
menor do que o inicialmente previsto -a Prefeitura de Nova York
anunciou que estava preparada
para prender cerca de mil pessoas
por dia. Até ontem, cerca de 600
manifestantes haviam sido detidos ao todo, desde que as manifestações começaram, na quinta-feira passada.
Ainda ontem, durante um café-da-manhã oferecido pela empresa Halliburton -que já foi dirigida pelo vice-presidente Dick Cheney e é acusada de ter sido favorecida politicamente para conseguir
negócios de US$ 18 bilhões na reconstrução do Iraque-, manifestantes atiraram dinheiro falso em
frente ao hotel onde acontecia o
evento.
Eles usavam máscaras de porcos e chamavam a empresa de
"Hallibacon". "Eles são porcos e
não se importam com vidas humanas", disse a manifestante Jodie Evans.
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