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Pagamos caro no Iraque, diz Obama
Em discurso, presidente dos EUA anuncia fim das operações de combate americanas em território iraquiano
Ficam ainda no país
50 mil soldados que darão apoio a forças iraquianas; meta é retirada total em 2011
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Após sete anos e meio e
mais de 4.400 soldados mortos, o presidente dos EUA,
Barack Obama, declarou ontem o fim das operações de
combate no Iraque dizendo
que chegou "a hora de virar a
página".
"Encerrar essa guerra não
é só do interesse do Iraque
-é do nosso próprio interesse. Os EUA pagaram caro para colocar o futuro do Iraque
nas mãos de seu povo", afirmou, ontem à noite, no Salão
Oval da Casa Branca.
"Hoje, estou anunciando
que a missão de combate
americana no Iraque terminou. [...] O povo iraquiano é
responsável agora pela segurança de seu país. Essa era a
minha promessa como candidato", disse.
Apesar de cumprir o prometido -dois meses antes
das eleições legislativas nos
EUA-, Obama tem sido alvo
de críticas de opositores, para quem é um erro encerrar o
combate em um país inseguro e sem governo formado.
No pronunciamento de
ontem, de menos de 20 minutos, Obama pediu "urgência"
aos líderes iraquianos na formação de "um governo justo
e representativo".
"E, quando esse governo
estiver no poder, não deve
haver dúvida: o povo iraquiano terá nos EUA um forte
parceiro. Nossa missão de
combate terminou, mas o
compromisso com o futuro
do Iraque, não."
Para ajudar a conter a violência, os EUA manterão ao
máximo 50 mil soldados no
Iraque até o fim de 2011. As
tropas servirão de apoio ao
Exército local e só poderão se
envolver em missões quando
solicitadas.
Em seu discurso de ontem,
o democrata mencionou ainda as divergências com o ex-presidente republicano George W. Bush, que deu início ao
conflito, em março de 2003.
"Nessa tarde [de ontem],
falei com o ex-presidente. É
sabido que ele e eu discordamos sobre a guerra desde o
começo. Mesmo assim, ninguém pode duvidar do apoio
de Bush a nossos soldados."
Obama citou o conflito no
Afeganistão, onde os EUA
enfrentam hoje a sua guerra
mais longa (desde 2001). Ele
prometeu que o início da
"transição para a responsabilidade afegã" acontecerá
em agosto de 2011.
No entanto, para Obama,
"a tarefa mais urgente" do
governo, a partir de agora, é a
recuperação da economia.
"Será difícil. Mas deve ser a
nossa missão central como
povo, e a minha responsabilidade central como presidente."
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