São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2010

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Pagamos caro no Iraque, diz Obama

Em discurso, presidente dos EUA anuncia fim das operações de combate americanas em território iraquiano

Ficam ainda no país 50 mil soldados que darão apoio a forças iraquianas; meta é retirada total em 2011


CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Após sete anos e meio e mais de 4.400 soldados mortos, o presidente dos EUA, Barack Obama, declarou ontem o fim das operações de combate no Iraque dizendo que chegou "a hora de virar a página".
"Encerrar essa guerra não é só do interesse do Iraque -é do nosso próprio interesse. Os EUA pagaram caro para colocar o futuro do Iraque nas mãos de seu povo", afirmou, ontem à noite, no Salão Oval da Casa Branca.
"Hoje, estou anunciando que a missão de combate americana no Iraque terminou. [...] O povo iraquiano é responsável agora pela segurança de seu país. Essa era a minha promessa como candidato", disse.
Apesar de cumprir o prometido -dois meses antes das eleições legislativas nos EUA-, Obama tem sido alvo de críticas de opositores, para quem é um erro encerrar o combate em um país inseguro e sem governo formado.
No pronunciamento de ontem, de menos de 20 minutos, Obama pediu "urgência" aos líderes iraquianos na formação de "um governo justo e representativo".
"E, quando esse governo estiver no poder, não deve haver dúvida: o povo iraquiano terá nos EUA um forte parceiro. Nossa missão de combate terminou, mas o compromisso com o futuro do Iraque, não."
Para ajudar a conter a violência, os EUA manterão ao máximo 50 mil soldados no Iraque até o fim de 2011. As tropas servirão de apoio ao Exército local e só poderão se envolver em missões quando solicitadas.
Em seu discurso de ontem, o democrata mencionou ainda as divergências com o ex-presidente republicano George W. Bush, que deu início ao conflito, em março de 2003.
"Nessa tarde [de ontem], falei com o ex-presidente. É sabido que ele e eu discordamos sobre a guerra desde o começo. Mesmo assim, ninguém pode duvidar do apoio de Bush a nossos soldados."
Obama citou o conflito no Afeganistão, onde os EUA enfrentam hoje a sua guerra mais longa (desde 2001). Ele prometeu que o início da "transição para a responsabilidade afegã" acontecerá em agosto de 2011.
No entanto, para Obama, "a tarefa mais urgente" do governo, a partir de agora, é a recuperação da economia. "Será difícil. Mas deve ser a nossa missão central como povo, e a minha responsabilidade central como presidente."


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