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Colombiano chega e sinaliza nova relação com o Brasil
Presidente Juan Manuel Santos tem intenção de marcar diferença com relação ao antecessor e padrinho político, Álvaro Uribe
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
Numa deferência comemorada pelo governo brasileiro, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, faz
hoje em Brasília a primeira
visita de Estado desde que
assumiu, em 7 de agosto.
A escolha de Santos é lida
como mais um movimento
do novo mandatário de reforçar linhas de diferença em
política externa em relação a
seu antecessor e padrinho
político, Álvaro Uribe.
"É uma visita a um sócio
estratégico muito importante
para a Colômbia", afirmou a
chanceler Maria Angela Holguín. O encontro, disse, incrementará "o fluxo" do diálogo político, comercial e de
investimentos.
O governo Uribe mantinha
boa relação com o Brasil,
mas era considerado reticente quanto a iniciativas políticas como a Unasul (União
das Nações Sul-Americanas).
O próprio Santos foi um duro
crítico da iniciativa quando
ministro da Defesa do governo anterior.
Desde a vitória eleitoral,
no entanto, o novo presidente tem feito esforços para recompor as relações com os
vizinhos Equador e Venezuela. No caso da última, aceitou
a Unasul como ator na aproximação.
À diferença de seus antecessores imediatos, Santos
não fez visita a Washington,
o principal aliado do país,
após a vitória. Desenhou
uma turnê pela Europa e pela
América Latina.
ACORDOS
Segundo o ministro da Fazenda colombiano, Juan Carlos Echeverry, o objetivo da
Colômbia é buscar mais investimentos e equilibrar o comércio -amplamente favorável ao Brasil.
"Há também uma imensa
possibilidade em infraestrutura", disse Echeverry à Folha, afirmando que a Colômbia pode oferecer uma "alternativa atrativa" de saída ao
Pacífico.
O ministro da Fazenda
também está interessado em
conhecer a experiência do
agronegócio e da pesquisa
em agricultura do Brasil. "A
Embrapa é um modelo que
queremos imitar", diz.
Santos terá encontros hoje
com chefes do Judiciário e do
Legislativo e com o presidente Lula.
O colombiano também se
reunirá com a candidata petista à Presidência, Dilma
Rousseff. Amanhã, será a vez
de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
Os presidentes devem assinar hoje oito acordos, que
incluem cooperação científica e um acordo migratório. A
Polícia Federal e a Polícia
Nacional da Colômbia assinarão termo de cooperação
em combate ao crime.
O Brasil crê que pode se
beneficiar dos avanços colombianos em inteligência,
por exemplo, área onde investiram nos últimos anos.
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