São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TV confirma ascensão de comunista

Kim Jong-un, provável futuro ditador norte-coreano, é apresentado oficialmente pela liderança do seu partido

Rede estatal divulga vídeo do filho do ditador Kim Jong-il em evento na última terça-feira, quando foi promovido

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A Coreia do Norte divulgou ontem as primeiras imagens oficiais de Kim Jong-un, que vem sendo preparado pelo pai, o ditador Kim Jong-il, para sucedê-lo no comando de um dos regimes mais fechados do mundo.
Recém-nomeado general de quatro estrelas, Kim Jong-un, de 27 ou 28 anos, aparece vestido com um típico traje comunista durante encontro do Partido dos Trabalhadores norte-coreano celebrado na terça-feira.
Na ocasião, ele foi nomeado o número dois da comissão militar da única agremiação política do país.
Kim Jong-un está na primeira fila do auditório lotado por membros do partido e militares. Ele e os outros participantes aparecem aplaudindo e logo de cabeça abaixada, provavelmente durante discurso de Kim Jong-il.
A maior reunião do partido em 30 anos foi realizada no Palácio Memorial Kumsusan. Lá está o corpo embalsamado de Kim Il-sung, que governou a Coreia do Norte desde o fim da guerra que levou à divisão do país, em 1953, até a sua morte, em 1994, quando o atual ditador assumiu o comando.
Aos 68 anos, o líder norte-coreano está com a saúde fragilizada, aparentemente após ter sofrido um derrame.
Até o congresso desta semana, a única imagem conhecida de Kim Jong-un eram fotos de sua infância, e ele nunca havia sido mencionado pela imprensa estatal norte-coreana.
Em agosto, o herdeiro acompanhou Kim Jong-il em uma visita à China, principal aliado da Coreia do Norte. Na viagem, foi apresentado ao dirigente máximo do gigante asiático, Hu Jintao.
Ontem, a agência estatal KCNA informou que uma delegação norte-coreana viajou a Pequim, onde relataria ao governo chinês as mudanças políticas desta semana.
Também ontem, o primeiro encontro entre delegações militares das duas Coreias terminou sem avanços, segundo relato de Seul.
O governo sul-coreano teria exortado Pyongyang a admitir o ataque a um navio militar em março, que matou 46 marinheiros. A comitiva norte-coreana voltou a negar a autoria do ataque.
O incidente provocou uma das piores deteriorações na relação entre os dois países dos últimos anos. As Coreias tecnicamente ainda estão em guerra, já que só uma trégua foi assinada ao final do conflito, em 1953.


Texto Anterior: Oriente Médio: Liga Árabe diz que negociação de paz pode ser a última
Próximo Texto: Paquistão retalia Otan e fecha fronteira
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.