São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

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Paquistão retalia Otan e fecha fronteira

Medida é resposta a ação de helicóptero da aliança ocidental que deixou três soldados paquistaneses mortos

Episódio, o terceiro do tipo em uma semana, faz crescer a tensão com Islamabad, importante aliado de Washington

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Paquistão fechou ontem importante rota de suprimentos para tropas da Otan (aliança ocidental) e dos EUA no Afeganistão, após um helicóptero da coalizão ter invadido o espaço aéreo paquistanês e matado três soldados.
O episódio aumentou as tensões em uma relação vital tanto para Islamabad quanto para Washington.
Em comunicado, a Isaf (Força Internacional de Assistência para a Segurança no Afeganistão) disse que a aeronave cruzou a fronteira na região de Kurram ao perseguir supostos insurgentes.
Depois, voltou ao território ao receber tiros a partir dali.
A Otan expressou condolências às famílias dos soldados mortos e disse que o episódio será investigado.
O bloqueio deixou 150 caminhões -transportando combustível, veículos militares, roupas e outros suprimentos- enfileirados ao longo da passagem de Khyber.
Outra importante rota, em Chaman, no sudeste, permanecia aberta.
O Paquistão é importante aliado dos EUA no esforço para estabilizar o Afeganistão. Mas incursões pela fronteira e problemas em suprimentos acentuam as crescentes tensões.

RECORRENTE
O episódio de ontem foi o terceiro em menos de uma semana em que militares da Otan, perseguindo insurgentes, cruzaram a fronteira.
Após os primeiros casos, autoridades paquistanesas alertaram que não permitiriam mais a passagem dos comboios se episódios semelhantes ocorressem.
As incursões seguem-se a um recente aumento do número de ataques com mísseis lançados de aviões não pilotados contra militantes do Taleban ou da Al Qaeda abrigados no Paquistão.
Enquanto Islamabad aceitou silenciosamente esse tipo de ação nos últimos três anos, fechar a passagem para o Afeganistão pode ser um sinal claro de que o governo não irá se comprometer a permitir tropas estrangeiras ou aeronaves pilotadas em seu território.


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