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Prefeito caminha para 3º mandato em NY
Com campanha estimada em cerca de R$ 200 mi, Michael Bloomberg é o favorito na eleição desta terça
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Após conseguir a polêmica
aprovação da possibilidade de
concorrer a uma segunda reeleição, o que lhe rendeu comparações com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, o prefeito de Nova York, Michael
Bloomberg, 67, caminha para
obter seu terceiro mandato nas
eleições desta terça, com uma
campanha de gastos estimados
entre US$ 110 milhões e US$
140 milhões (R$ 191 milhões e
R$ 244 milhões), financiada
pelo próprio político.
Pesquisa Marist Poll divulgada anteontem aponta larga
vantagem para Bloomberg nas
intenções de voto. O prefeito
tem 53% da preferência do eleitorado, contra 38% do democrata William Thompson,
"controlador das finanças" da
cidade.
Um dos dez homens mais ricos dos EUA, Bloomberg é empresário e dono da empresa de
notícias financeiras e serviços
de informação que leva seu nome. Filiado ao Partido Independente, tem também na eleição o apoio do Partido Republicano, que deixou em 2007.
O primeiro passo para viabilizar seu terceiro mandato
ocorreu em outubro de 2008,
quando o Conselho da Cidade
(equivalente à Câmara Municipal) revisou a legislação e abriu
espaço para que ele tentasse
permanecer no cargo. Em abril
deste ano, uma corte federal ratificou a decisão.
A crise econômica aumentou
o interesse da população em
manter na prefeitura um empresário com fortuna estimada
em mais de US$ 16 bilhões.
Para Maurice Carroll, diretor
do Quinnipiac Institute, não é
apenas a campanha milionária
de Bloomberg que explica a diferença. "Thompson começou
a tropeçar. Insistiu em questionar o terceiro mandato, mas foi
praticamente o único ponto [do
seu discurso]."
O volume de recursos nas
campanhas pode não explicar
toda a vantagem, mas ajuda.
Considerando as três eleições
para prefeito das quais participou, Bloomberg gastou mais de
US$ 250 milhões.
A campanha atual do prefeito, a mais cara já feita com recursos próprios do candidato,
tem como alvo os diferentes tipos de eleitorado de Nova York.
Moradores de Chinatown
podem receber ligações com
trechos em mandarim e em inglês. Residentes em grandes
complexos de apartamentos
podem ser chamados pelo administrador do prédio.
No total, a campanha trabalha com 75 tipos diferentes de
mensagens telefônicas que
atingirão até 890 mil residências. Ken Strasma, que trabalhou na campanha de Barack
Obama, foi contratado para
identificar públicos-alvo.
Já o democrata Thompson
-que classificou os gastos de
Bloomberg como "obscenos"-
teve pouco auxílio de Obama,
que só manifestou apoio ao
candidato no mês da eleição.
Na semana passada, Obama
se reuniu com Thompson antes
de um evento de arrecadação
de fundos de campanha. Em
público, suas palavras de apoio
se resumiram a um "nosso candidato para prefeito, meu amigo Bill Thompson, está na casa", ao saudar a entrada do candidato. Sobre Bloomberg, Obama já disse ser um "prefeito extraordinário".
O maior jornal hispânico de
Nova York, "El Diario", decidiu
apoiar a campanha de Thompson. Afirmou que até Chávez
conduziu referendo para aprovar a reeleição indefinida e que
os nova-iorquinos não tiveram
essa chance. Mas Bloomberg
enfatiza em seu site que tem
apoio de 60 jornais, entre eles o
"New York Times", "New York
Post" e o hispânico "El Universal Prensa".
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