São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Prefeito caminha para 3º mandato em NY

Com campanha estimada em cerca de R$ 200 mi, Michael Bloomberg é o favorito na eleição desta terça

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Após conseguir a polêmica aprovação da possibilidade de concorrer a uma segunda reeleição, o que lhe rendeu comparações com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, 67, caminha para obter seu terceiro mandato nas eleições desta terça, com uma campanha de gastos estimados entre US$ 110 milhões e US$ 140 milhões (R$ 191 milhões e R$ 244 milhões), financiada pelo próprio político.
Pesquisa Marist Poll divulgada anteontem aponta larga vantagem para Bloomberg nas intenções de voto. O prefeito tem 53% da preferência do eleitorado, contra 38% do democrata William Thompson, "controlador das finanças" da cidade.
Um dos dez homens mais ricos dos EUA, Bloomberg é empresário e dono da empresa de notícias financeiras e serviços de informação que leva seu nome. Filiado ao Partido Independente, tem também na eleição o apoio do Partido Republicano, que deixou em 2007.
O primeiro passo para viabilizar seu terceiro mandato ocorreu em outubro de 2008, quando o Conselho da Cidade (equivalente à Câmara Municipal) revisou a legislação e abriu espaço para que ele tentasse permanecer no cargo. Em abril deste ano, uma corte federal ratificou a decisão.
A crise econômica aumentou o interesse da população em manter na prefeitura um empresário com fortuna estimada em mais de US$ 16 bilhões.
Para Maurice Carroll, diretor do Quinnipiac Institute, não é apenas a campanha milionária de Bloomberg que explica a diferença. "Thompson começou a tropeçar. Insistiu em questionar o terceiro mandato, mas foi praticamente o único ponto [do seu discurso]."
O volume de recursos nas campanhas pode não explicar toda a vantagem, mas ajuda. Considerando as três eleições para prefeito das quais participou, Bloomberg gastou mais de US$ 250 milhões.
A campanha atual do prefeito, a mais cara já feita com recursos próprios do candidato, tem como alvo os diferentes tipos de eleitorado de Nova York.
Moradores de Chinatown podem receber ligações com trechos em mandarim e em inglês. Residentes em grandes complexos de apartamentos podem ser chamados pelo administrador do prédio.
No total, a campanha trabalha com 75 tipos diferentes de mensagens telefônicas que atingirão até 890 mil residências. Ken Strasma, que trabalhou na campanha de Barack Obama, foi contratado para identificar públicos-alvo.
Já o democrata Thompson -que classificou os gastos de Bloomberg como "obscenos"- teve pouco auxílio de Obama, que só manifestou apoio ao candidato no mês da eleição.
Na semana passada, Obama se reuniu com Thompson antes de um evento de arrecadação de fundos de campanha. Em público, suas palavras de apoio se resumiram a um "nosso candidato para prefeito, meu amigo Bill Thompson, está na casa", ao saudar a entrada do candidato. Sobre Bloomberg, Obama já disse ser um "prefeito extraordinário".
O maior jornal hispânico de Nova York, "El Diario", decidiu apoiar a campanha de Thompson. Afirmou que até Chávez conduziu referendo para aprovar a reeleição indefinida e que os nova-iorquinos não tiveram essa chance. Mas Bloomberg enfatiza em seu site que tem apoio de 60 jornais, entre eles o "New York Times", "New York Post" e o hispânico "El Universal Prensa".


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