São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Netanyahu protesta contra órgão da ONU

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, classificou na última sexta-feira como "absurda" a decisão da Unesco de não reconhecer que dois santuários venerados tanto por judeus como por muçulmanos teriam interesse histórico.
O motivo apontado pela órgão das Nações Unidas para a cultura é o fato de ambos estarem em território palestino ocupado por Israel.
"A tentativa de desconectar o povo de Israel de sua herança é absurda", disse o premiê, referindo-se ao Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, e ao Túmulo de Raquel, em Belém.
Ambas as cidades têm maioria palestina, mas grandes assentamentos judaicos, cujos habitantes têm expressiva força política no país.
"Se os lugares onde estão enterrados os patriarcas e matriarcas do povo judeu há 4.000 anos não são parte da herança judaica, então o que é?", perguntou Netanyahu, em comunicado.
Neste ano, Israel causou protestos entre palestinos ao registrar os dois locais como patrimônio nacional.
Os dois santuários, considerados sagrados por judeus, cristãos e muçulmanos, ficam na Cisjordânia, em áreas controladas pelas forças israelenses.

NOMES MUÇULMANOS
Os muçulmanos conhecem os dois locais como mesquita de Ibrahim e mesquita de Bilal bin Rabah, respectivamente.
Na semana passada, a Unesco se recusou a reconhecê-los como parte integrante de Israel.
O órgão da ONU afirmou ainda que as mesquitas fazem parte do território palestino e que qualquer tentativa de Israel de incluí-los em seu patrimônio cultural violaria as leis internacionais vigentes.
A Cisjordânia está ocupada militarmente por Israel desde 1967, e deve ser a parte principal de um eventual Estado palestino, caso as negociações de paz atualmente em curso cheguem a uma conclusão.
A soberania sobre locais históricos pode atrair receitas do turismo para os palestinos no futuro.
Netanyahu acusou ainda a Unesco de tomar a decisão por razões políticas.
O premiê afirmou que "diferentemente de seus vizinhos, Israel continuará garantindo a liberdade religiosa em ambos" os locais.


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