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Derrame mata o "alter ego" de John Kennedy
Ted Sorensen foi assessor de confiança do presidente
dos EUA e autor de vários de seus discursos famosos
Entre seus atos, está a
carta enviada ao líder
soviético, Krushchov,
durante a crise dos
mísseis, em 1962
DO "NEW YORK TIMES"
Morreu ontem em Nova
York, aos 82 anos, Theodore
C. Sorensen, conselheiro de
confiança de John Kennedy
por 11 anos e um dos responsáveis por moldar a imagem
e o legado do presidente norte-americano (1917-63). O
óbito decorreu de complicações de um derrame sofrido
uma semana antes.
Certa vez, disse com ironia
suspeitar que seu epitáfio seria: "Theodore C. Sorensen,
Kennedy Speechwriter [escritor de discursos]. Mas, em
entrevista ao "New York Times" em 2007, rebateu:
"Nunca fui apenas um escritor de discursos".
De fato: ele foi responsável
por incrementar a retórica de
Kennedy. Isso é visível no
discurso de posse, de 1961
-"a tocha foi passada para
uma nova geração de americanos"- ou ainda no desafio
apresentado aos cidadãos do
país -"não pergunte o que
seu país pode fazer por você,
mas o que você pode fazer
por seu país".
Sorensen foi mais do que
apenas um escritor-fantasma. "Você precisa de uma
mente como a dele por perto,
estalando e estalando o tempo todo", afirmou em 1962
Richard Nixon.
Para Nixon, que governaria o país de 1969 a 74, Sorensen possuía um "dom raro"
-a facilidade para encontrar
frases que penetravam na
psique americana.
Começou sua carreira como pesquisador para Kennedy em 1953, recém-eleito
senador por Massachusetts.
Depois, se tornaria estrategista político e conselheiro
próximo em áreas como tática eleitoral e política externa.
Trabalhou estreitamente
com o futuro presidente no livro que lhe daria dimensão
nacional e lhe renderia um
Prêmio Pulitzer em 1956
-"Profiles in Courage" [Retratos de Coragem].
Após o assassinato de Kennedy, em 1963, Sorensen
exerceu advocacia e entrou
na política. Também narrou,
em um best-seller de quase
800 páginas -"Kennedy"-,
a história da administração
que ajudou a configurar.
Jornalistas que cobriam
política o chamavam de "o
alter-ego intelectual" do presidente -epíteto que Sorensen recusava.
Em outubro de 1962, aos 34
anos, rascunhou para o presidente uma carta dirigida ao
líder soviético, Nikita Krushchov, no auge da crise dos
mísseis em Cuba.
O documento, que pressionava por uma solução pacífica para a questão que ameaçava iniciar uma guerra entre
EUA e URSS, ajudou a colocar um ponto final na crise.
"Sabia que qualquer erro
em minha carta poderia resultar no fim dos EUA, talvez
no fim do mundo", afirmou.
REAÇÃO
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que "Ted teve uma vida
extraordinária, que tornou
nosso país -e nosso mundo- mais igual, justo e seguro". E emendou:
"Seu legado irá sobreviver
nas palavras que escreveu,
nas causas que advogou e
nos corações de quem que se
inspire na promessa de uma
nova fronteira".
Com agências internacionais
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