DA REDAÇÃO

O Exército nigeriano recuperou ontem o controle de Jos, capital do Estado do Plateau, após dois dias de embates entre cristãos partidários do governo e eleitores muçulmanos da oposição. O conflito pós-eleitoral deixou centenas de mortos, que ainda estão sendo contados.
Ontem à tarde, soldados e policiais ainda patrulhavam as ruas centrais, sob toque de recolher, e tinham ordem de atirar caso a violência recomeçasse. Segundo o governo, cerca de 1.500 jovens vindos de outras regiões foram presos em Jos portando armas. O nome e a religião dos detidos não foram informados.
O ministro da informação do Plateau, Nuhu Gagara, confirmou ontem um saldo "preliminar" de "cerca de 200 mortos", mas ressalvou que a contagem continua sendo feita por uma comissão do governo. Líderes religiosos e jornalistas que testemunharam o conflito dizem que o número é muito maior.
Segundo o imã da principal mesquita de Jos, "quase 400 corpos" foram levados ao prédio, onde o correspondente da Rádio France Internacional contou 381 cadáveres. Um representante da Cruz Vermelha nigeriana, que pediu anonimato, disse a jornalistas que os mortos são "muito mais de 300".
A Nigéria enfrenta ondas de violência étnico-religiosa desde a redemocratização, em 1999. Os eleitores oposicionistas acusam o governo, de maioria cristã, de fraudar as eleições no Plateau.