São Paulo, quarta-feira, 02 de janeiro de 2008

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Paquistão remarca eleições gerais

Comissão anuncia hoje data do pleito, adiado em meio aos tumultos provocados pela morte de Benazir

Oposição divulga nota contra mudança; teme-se que adiamento dissipe a comoção causada pelo assassinato da ex-premiê

DA REDAÇÃO

A Comissão Eleitoral do Paquistão anuncia hoje a nova data das eleições legislativas, adiadas sob o argumento de que os tumultos que se seguiram ao assassinato da ex-premiê Benazir Bhutto provocaram instabilidade política e a destruição de escritórios eleitorais pelo país. O pleito, previsto para a próxima semana, deve ser remarcado para meados de fevereiro.
O secretário de imprensa da Comissão Eleitoral, Kanwar Dilshad, disse ontem que a nova data "deve levar em conta" o mês sagrado muçulmano de Moharram, que vai de 10 de janeiro a 8 de fevereiro, mas o adiamento será o "menor possível". Segundo ele, a decisão será divulgada após encontros finais com líderes partidários.
A oposição defende a manutenção do calendário eleitoral, receosa de que um adiamento dissipe a comoção provocada pela morte da ex-premiê. Ontem, o PPP (Partido do Povo Paquistanês), de Benazir, e PLM-N (Partido de Liga Muçulmana - Nawaz), liderado por Nawaz Sharif, divulgaram um comunicado conjunto contra do adiamento.
Os simpatizantes de Benazir, e mesmo alguns de seus antigos críticos, voltaram-se contra o governo, que apressa-se em atribuir a responsabilidade pelo ataque à Al Qaeda. Desde o ataque de 27 de dezembro, os conflitos de rua já deixaram 58 mortos -a maioria na Província de Sind, principal reduto da dinastia política dos Bhutto. Manifestantes atacaram cerca de 40 locais de votação e destruíram listas eleitorais em Sind, em meio a protestos contra o ditador Pervez Musharraf.
Fundado por Zulfikar Bhutto -pai de Benazir, deposto e executado nos anos 1970-, o PPP indicou o viúvo, Asif Ali Zardari, e o filho mais velho da ex-premiê, Bilawal, para dividir a Presidência da sigla.

"Sexy" para morrer
Recém-atirado na tempestade política paquistanesa, Bilawal Bhutto começa a reunir suas próprias fãs, mais atraídas pela beleza do rapaz de 19 anos do que pela sua plataforma política. "Não matem Bilawal Bhutto porque ele é muito sexy, tá?" é o título de uma das comunidades em homenagem ao herdeiro dos Bhutto no site de relacionamentos Face Book.
No site, o estudante de história da Universidade de Oxford (Inglaterra) aparece vestido de diabo em uma festa de Halloween. "Vamos fazer o inferno na terra", brinca, sobre a foto postada por um amigo. Bilawal, que se define politicamente como liberal, também comenta o extremismo islâmico: "O que eu mais gosto é o único grito de torcida que se pode fazer numa partida de futebol: Allah-hu-Akbar (Deus é grande)".
Futebol, porém, não está entre as principais paixões de Bilawal, que diz curtir críquete, squash, natação e tiro. No cinema, nada de Bollywood: prefere os americanos Tarantino e Michael Moore. Um ocidental.


Com agências internacionais

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