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Paquistão remarca eleições gerais
Comissão anuncia hoje data do pleito, adiado em meio aos tumultos provocados pela morte de Benazir
Oposição divulga nota contra mudança; teme-se que adiamento dissipe a comoção causada pelo assassinato da ex-premiê
DA REDAÇÃO
A Comissão Eleitoral do Paquistão anuncia hoje a nova data das eleições legislativas,
adiadas sob o argumento de
que os tumultos que se seguiram ao assassinato da ex-premiê Benazir Bhutto provocaram instabilidade política e a
destruição de escritórios eleitorais pelo país. O pleito, previsto para a próxima semana,
deve ser remarcado para meados de fevereiro.
O secretário de imprensa da
Comissão Eleitoral, Kanwar
Dilshad, disse ontem que a nova data "deve levar em conta" o
mês sagrado muçulmano de
Moharram, que vai de 10 de janeiro a 8 de fevereiro, mas o
adiamento será o "menor possível". Segundo ele, a decisão
será divulgada após encontros
finais com líderes partidários.
A oposição defende a manutenção do calendário eleitoral,
receosa de que um adiamento
dissipe a comoção provocada
pela morte da ex-premiê. Ontem, o PPP (Partido do Povo
Paquistanês), de Benazir, e
PLM-N (Partido de Liga Muçulmana - Nawaz), liderado por
Nawaz Sharif, divulgaram um
comunicado conjunto contra
do adiamento.
Os simpatizantes de Benazir,
e mesmo alguns de seus antigos
críticos, voltaram-se contra o
governo, que apressa-se em
atribuir a responsabilidade pelo ataque à Al Qaeda. Desde o
ataque de 27 de dezembro, os
conflitos de rua já deixaram 58
mortos -a maioria na Província de Sind, principal reduto da
dinastia política dos Bhutto.
Manifestantes atacaram cerca
de 40 locais de votação e destruíram listas eleitorais em
Sind, em meio a protestos contra o ditador Pervez Musharraf.
Fundado por Zulfikar Bhutto
-pai de Benazir, deposto e executado nos anos 1970-, o PPP
indicou o viúvo, Asif Ali Zardari, e o filho mais velho da ex-premiê, Bilawal, para dividir a
Presidência da sigla.
"Sexy" para morrer
Recém-atirado na tempestade política paquistanesa, Bilawal Bhutto começa a reunir
suas próprias fãs, mais atraídas
pela beleza do rapaz de 19 anos
do que pela sua plataforma política. "Não matem Bilawal
Bhutto porque ele é muito sexy,
tá?" é o título de uma das comunidades em homenagem ao
herdeiro dos Bhutto no site de
relacionamentos Face Book.
No site, o estudante de história da Universidade de Oxford
(Inglaterra) aparece vestido de
diabo em uma festa de Halloween. "Vamos fazer o inferno
na terra", brinca, sobre a foto
postada por um amigo. Bilawal,
que se define politicamente como liberal, também comenta o
extremismo islâmico: "O que
eu mais gosto é o único grito de
torcida que se pode fazer numa
partida de futebol: Allah-hu-Akbar (Deus é grande)".
Futebol, porém, não está entre as principais paixões de Bilawal, que diz curtir críquete,
squash, natação e tiro. No cinema, nada de Bollywood: prefere
os americanos Tarantino e Michael Moore. Um ocidental.
Com agências internacionais
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