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Mulheres-bomba matam 72 em feiras de Bagdá
Atentados prometem reacender debate sobre Iraque nas primárias americanas
Polícia iraquiana atribui ataques à Al Qaeda, que teria usado deficientes mentais para explosões
em mercados de animais
DA REDAÇÃO
Dois atentados com mulheres-bombas contra feiras de
animais em Bagdá deixaram
ontem pelo menos 72 mortos.
Os ataques contrariam a tendência de diminuição da violência observada na capital iraquiana nos últimos meses e
prometem reacender o debate
sobre a situação iraquiana nas
primárias para as eleições presidenciais americanas.
A polícia iraquiana atribuiu
os ataques à rede terrorista Al
Qaeda, que teria usado duas
mulheres com síndrome de
Down nos ataques. Policiais
afirmaram que elas provavelmente não sabiam que fariam
uma missão suicida. As bombas
teriam sido acionadas por controle remoto.
A primeira explosão ocorreu
no final da manhã, no mercado
de animais de Ghazil, no centro
de Bagdá, e matou 45 pessoas.
O segundo ataque aconteceu
20 minutos depois, num mercado de pássaros na região sudeste de Bagdá, onde pelo menos 27 pessoas morreram.
Os atentados foram os piores
desde 18 de abril de 2007, quando a explosão de um carro-bomba em Bagdá matou 116
pessoas. O ano de 2008 havia
começado com sinais de diminuição da violência no Iraque,
embora o nível continue alto.
Em janeiro, segundo autoridades locais, 541 iraquianos foram assassinados, o menor números em 23 meses.
Os ataques de ontem devem
reacender nas primárias para a
eleição presidencial dos EUA as
discussões sobre a presença no
Iraque de 157 mil soldados
americanos. O assunto havia se
tornado secundário desde que
pesquisas recentes revelaram,
no mês passado, que a insegurança econômica ultrapassou o
Iraque como principal preocupação dos americanos.
O Iraque estava tão distante
da campanha, notou o "Financial Times", que alguns pré-candidatos vinham atraindo a
simpatia de eleitores teoricamente contrários à suas posições sobre o conflito.
O jornal cita os casos de John
McCain e Barack Obama. O primeiro, um ferrenho defensor
da estratégia da Casa Branca de
aumentar as tropas no Iraque,
levou a melhor nas primárias
de Michigan entre os republicanos contrários à guerra. O segundo, opositor de primeira
hora da invasão, ficou em primeiro lugar nas primárias de
New Hampshire entre os democratas favoráveis à manutenção das tropas americanos
"pelo tempo necessário".
A retomada da violência no
Iraque também deve reforçar
dentro do governo americano a
posição de assessores contrários à retirada de 20 mil soldados até julho, que havia sido
anunciada pelo presidente
George W. Bush.
Com "New York Times", "Financial Times" e
agências internacionais
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