|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israel ameaça "resposta desproporcional" em Gaza
Depois de foguetes ferirem três israelenses, território palestino é bombardeado
Hostilidades são retomadas em contexto de rivalidade eleitoral e no dia em que é noticiada aceitação do Hamas a trégua de um ano
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Ehud
Olmert, ameaçou ontem "uma
reação desproporcional" em
retaliação ao lançamento de foguetes e morteiros a partir da
faixa de Gaza contra o sul de
seu país. Pouco tempo depois,
dois militares e um civil foram
feridos por um morteiro lançado do território palestino controlado pelo grupo islâmico
Hamas, que foi alvo de 22 dias
de ataques de Israel, suspensos
no dia 18 de janeiro.
A seguir, palestinos da cidade
de Rafah, fronteiriça com o Egito, no sul da faixa de Gaza, receberam telefonemas gravados:
"Todos os que estão próximos a
quaisquer lugares usados para
terrorismo, armazenamento de
armas ou túneis devem evacuar
a área imediatamente". Ameaças similares antecederam
bombardeios israelenses nos
ataques do mês passado e ontem, quando a região fronteiriça voltou a ser alvo de mísseis.
Como acontecera pontualmente após o cessar-fogo, Israel atacou ontem, além dos túneis, alvos do Hamas em Gaza
(na região de Khan Younis).
A autoria dos disparos de foguetes e morteiros é incerta.
Taher al Nono, porta-voz do
Hamas, instou todos os grupos
palestinos a "respeitarem o
consenso nacional", em alusão
ao cessar-fogo declarado pela
entidade após Israel ter unilateralmente anunciado a suspensão de sua ofensiva.
Uma ala ligada ao Fatah -rival secular do Hamas- inicialmente assumiu responsabilidade. Contudo, o partido do
presidente Mahmoud Abbas
posteriormente a contradisse.
A despeito da declaração de
Nono, o jornal "Yediot Ahronot", o mais vendido em Israel,
publicou que ministros do país
foram informados de que o braço armado do Hamas tem envolvimento nos ataques. O grupo é considerado por Israel responsável por todos os ataques
emanados de Gaza.
Contudo, o gabinete não é
unânime quanto às retaliações.
Correligionária de Olmert no
partido Kadima (centro-direita), a chanceler e candidata no
pleito do dia 10, Tzipi Livni, disse: "Israel vai responder. Esta é
minha posição e estava clara
antes, durante e depois da operação. E assim irei me conduzir
como premiê".
Olmert está no cargo como
interino, após renunciar em
meio a um escândalo de corrupção em setembro.
Já o também candidato a
premiê e ministro da Defesa,
Ehud Barak, do Partido Trabalhista (centro- esquerda), ironizou a chanceler. "Deixem isso para a chefia das Forças de
Defesa, o Comando Militar do
Sul e, com grande modéstia,
para mim também. Sabemos
melhor o que fazer e quando",
disse ele, segundo o "Haaretz".
O embate surgiu justamente
no dia em que a emissora saudita Al Arabiya noticiou, a partir de fontes no Hamas, que o
grupo aceitou a proposta de
uma trégua de um ano com Israel, mediada pelo Egito. Segundo esta versão, hoje uma
delegação do grupo é esperada
no Cairo para dar a resposta final à iniciativa, que passará a
vigorar na quinta-feira.
Mas os ministros-candidatos israelenses são pressionados também por outro noticiário, sobre a eleição em oito
dias. Ontem, foi divulgada
uma pesquisa de intenção de
voto que aponta em primeiro
lugar o ex-premiê linha-dura
Benjamin Netanyahu, do direitista Likud.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Meshaal canta vitória e recebe alerta no Irã Índice
|