São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009

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Israel ameaça "resposta desproporcional" em Gaza

Depois de foguetes ferirem três israelenses, território palestino é bombardeado

Hostilidades são retomadas em contexto de rivalidade eleitoral e no dia em que é noticiada aceitação do Hamas a trégua de um ano

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ehud Olmert, ameaçou ontem "uma reação desproporcional" em retaliação ao lançamento de foguetes e morteiros a partir da faixa de Gaza contra o sul de seu país. Pouco tempo depois, dois militares e um civil foram feridos por um morteiro lançado do território palestino controlado pelo grupo islâmico Hamas, que foi alvo de 22 dias de ataques de Israel, suspensos no dia 18 de janeiro.
A seguir, palestinos da cidade de Rafah, fronteiriça com o Egito, no sul da faixa de Gaza, receberam telefonemas gravados: "Todos os que estão próximos a quaisquer lugares usados para terrorismo, armazenamento de armas ou túneis devem evacuar a área imediatamente". Ameaças similares antecederam bombardeios israelenses nos ataques do mês passado e ontem, quando a região fronteiriça voltou a ser alvo de mísseis.
Como acontecera pontualmente após o cessar-fogo, Israel atacou ontem, além dos túneis, alvos do Hamas em Gaza (na região de Khan Younis).
A autoria dos disparos de foguetes e morteiros é incerta. Taher al Nono, porta-voz do Hamas, instou todos os grupos palestinos a "respeitarem o consenso nacional", em alusão ao cessar-fogo declarado pela entidade após Israel ter unilateralmente anunciado a suspensão de sua ofensiva.
Uma ala ligada ao Fatah -rival secular do Hamas- inicialmente assumiu responsabilidade. Contudo, o partido do presidente Mahmoud Abbas posteriormente a contradisse.
A despeito da declaração de Nono, o jornal "Yediot Ahronot", o mais vendido em Israel, publicou que ministros do país foram informados de que o braço armado do Hamas tem envolvimento nos ataques. O grupo é considerado por Israel responsável por todos os ataques emanados de Gaza.
Contudo, o gabinete não é unânime quanto às retaliações. Correligionária de Olmert no partido Kadima (centro-direita), a chanceler e candidata no pleito do dia 10, Tzipi Livni, disse: "Israel vai responder. Esta é minha posição e estava clara antes, durante e depois da operação. E assim irei me conduzir como premiê".
Olmert está no cargo como interino, após renunciar em meio a um escândalo de corrupção em setembro.
Já o também candidato a premiê e ministro da Defesa, Ehud Barak, do Partido Trabalhista (centro- esquerda), ironizou a chanceler. "Deixem isso para a chefia das Forças de Defesa, o Comando Militar do Sul e, com grande modéstia, para mim também. Sabemos melhor o que fazer e quando", disse ele, segundo o "Haaretz".
O embate surgiu justamente no dia em que a emissora saudita Al Arabiya noticiou, a partir de fontes no Hamas, que o grupo aceitou a proposta de uma trégua de um ano com Israel, mediada pelo Egito. Segundo esta versão, hoje uma delegação do grupo é esperada no Cairo para dar a resposta final à iniciativa, que passará a vigorar na quinta-feira.
Mas os ministros-candidatos israelenses são pressionados também por outro noticiário, sobre a eleição em oito dias. Ontem, foi divulgada uma pesquisa de intenção de voto que aponta em primeiro lugar o ex-premiê linha-dura Benjamin Netanyahu, do direitista Likud.


Com agências internacionais



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