São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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GUERRA SEM FIM

Atentado no Iraque deixa 54 peregrinos xiitas mortos

DA REDAÇÃO

Uma semana depois de uma série de ataques contra hotéis de Bagdá ter deixado 19 mortos, um atentado cometido ontem por uma mulher-bomba matou ao menos 54 pessoas e feriu 110 nos arredores da capital do Iraque.
A ação, surgida cinco semanas antes das eleições legislativas, evidencia o alcance limitado da estratégia de segurança do governo liderado pelo primeiro-ministro Nuri al Maliki, que buscará se manter no cargo.
Revertendo uma tendência observada nos últimos meses, período em que os ataques visavam prédios do governo e comerciais, o atentado de ontem pareceu buscar reacender as tensões sectárias que arderam nos primeiros anos após a invasão liderada pelos EUA em 2003.
O ataque alvejou romeiros xiitas vindos do norte do Iraque que faziam uma pausa na procissão a pé até a cidade sagrada de Kerbala, situada 100 km ao sul de Bagdá. Os xiitas homenagearão na sexta-feira o imã Hussein, neto de Maomé e filho de Ali, morto por inimigos em 680 no deserto de Kerbala.
A camicase acionou os explosivos que levava debaixo do casaco no momento em que era revistada por agentes responsáveis pela segurança dos peregrinos.
Embora não tenha sido reivindicada, a autoria é atribuída a grupos sunitas que consideram arqui-inimigos os xiitas -60 % da população iraquiana. A insurgência sunita é formada, entre outras facções, por membros da rede Al Qaeda e agentes remanescentes do regime do ditador Saddam Hussein.
Os EUA admitiram ontem que foi um erro desmantelar os serviços secretos de Saddam após a queda do regime.
A decisão jogou na clandestinidade centenas de homens armados e treinados, que se reagruparam rapidamente e torno de uma das mais perigosas frentes de insurgência. Um pacto firmado com Bagdá determina que os militares americanos encerrarão sua retirada do Iraque no final de 2011.
Já um alto militar do Reino Unido, principal aliado da Casa Branca na invasão, disse ontem que os militares de seu país não estavam devidamente preparados para a guerra, o que explicaria parte das 179 mortes de soldados britânicos no país.


Com agências internacionais


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