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GUERRA SEM FIM
Atentado no Iraque deixa 54 peregrinos xiitas mortos
DA REDAÇÃO
Uma semana depois de
uma série de ataques contra
hotéis de Bagdá ter deixado
19 mortos, um atentado cometido ontem por uma mulher-bomba matou ao menos
54 pessoas e feriu 110 nos arredores da capital do Iraque.
A ação, surgida cinco semanas antes das eleições legislativas, evidencia o alcance limitado da estratégia de
segurança do governo liderado pelo primeiro-ministro
Nuri al Maliki, que buscará
se manter no cargo.
Revertendo uma tendência observada nos últimos
meses, período em que os
ataques visavam prédios do
governo e comerciais, o atentado de ontem pareceu buscar reacender as tensões sectárias que arderam nos primeiros anos após a invasão
liderada pelos EUA em 2003.
O ataque alvejou romeiros
xiitas vindos do norte do Iraque que faziam uma pausa na
procissão a pé até a cidade
sagrada de Kerbala, situada
100 km ao sul de Bagdá. Os
xiitas homenagearão na sexta-feira o imã Hussein, neto
de Maomé e filho de Ali,
morto por inimigos em 680
no deserto de Kerbala.
A camicase acionou os explosivos que levava debaixo
do casaco no momento em
que era revistada por agentes
responsáveis pela segurança
dos peregrinos.
Embora não tenha sido
reivindicada, a autoria é atribuída a grupos sunitas que
consideram arqui-inimigos
os xiitas -60 % da população
iraquiana. A insurgência sunita é formada, entre outras
facções, por membros da rede Al Qaeda e agentes remanescentes do regime do ditador Saddam Hussein.
Os EUA admitiram ontem
que foi um erro desmantelar
os serviços secretos de Saddam após a queda do regime.
A decisão jogou na clandestinidade centenas de homens armados e treinados,
que se reagruparam rapidamente e torno de uma das
mais perigosas frentes de insurgência. Um pacto firmado
com Bagdá determina que os
militares americanos encerrarão sua retirada do Iraque
no final de 2011.
Já um alto militar do Reino Unido, principal aliado da
Casa Branca na invasão, disse ontem que os militares de
seu país não estavam devidamente preparados para a
guerra, o que explicaria parte
das 179 mortes de soldados
britânicos no país.
Com agências internacionais
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