CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
da Sucursal de Brasília

Hugo Chávez Frías, o coronel pára-quedista que liderou em 1992 frustrado golpe de Estado na Venezuela, assume hoje a Presidência do país, eleito em dezembro por mais de 50% dos eleitores.
Rafael Caldera, que libertou Chávez em 1994 com a esperança de diminuir sua crescente popularidade, vai lhe transmitir o cargo.
Chávez, 44, venceu a eleição com um discurso populista e de esquerda. Mas, nos últimos dois meses, tem tentado convencer o mundo de que respeitará a democracia e as regras do livre mercado.
Dos 16 chefes de Estado ou de governo aguardados para a sua posse, Fidel Castro, de Cuba, será a grande atração. Fernando Henrique Cardoso cancelou na sexta-feira sua viagem a Caracas.
Esta é a primeira vez em 40 anos que o poder na Venezuela será entregue a alguém que não pertence aos dois grandes partidos políticos, Ação Democrática e Copei.
Chávez assume o governo de um país em sua terceira recessão econômica em cinco anos, inflação anual de 30%, juros de dívida externa que consomem 40% do Orçamento e graves tensões sociais.
Para acalmar os mercados, Chávez anunciou que manterá a equipe econômica de Caldera e diminuiu o número de Ministérios do governo de mais de 20 para 10.
Na eleição de dezembro, Chávez derrotou o administrador de empresas formado em Yale Henrique Salas Romer (apoiado pelos dois grandes partidos) e a ex-miss Universo Irene Saez, independente. Chávez tinha o apoio de uma frente de esquerda, o Pólo Patriótico.



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