São Paulo, terça, 2 de fevereiro de 1999

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Desemprego deve ir a 15%

de Buenos Aires

A marcha de desempregados e aposentados marcada para hoje tem como pano de fundo a crescente tensão social experimentada na Argentina, que deve se acentuar com os efeitos da crise brasileira.
O Brasil até hoje comprava quase um terço do que era produzido no país vizinho, sendo assim responsável pelo crescimento econômico e pela geração de emprego na Argentina.
Com a recessão às portas, não só o Brasil deverá reduzir drasticamente suas importações, mas também os produtos brasileiros -agora mais baratos por causa da desvalorização do real- ameaçam invadir o território argentino.
Em consequência disso, o país deverá enfrentar nos próximos meses uma forte redução da atividade industrial e agrícola, o que significa mais gente desempregada e faminta.
A já elevada taxa de desemprego, que hoje ronda os 13% da população economicamente ativa, deverá subir para mais de 15% no segundo trimestre deste ano, segundo o "Clarín".
A Câmara de Exportadores da República Argentina adverte que, com a crise brasileira, o país poderá perder, no mínimo, 220 mil postos de trabalho.
Além do desemprego, haverá um maior número de contratos de trabalho temporários -estimulados pelo próprio governo, a título de gerar mais empregos. Ou seja, haverá maior insegurança, menores salários e mais insatisfação.
No dia 8 o presidente argentino, Carlos Menem, vai se reunir com o presidente Fernando Henrique em Foz do Iguaçu, para juntos debaterem uma saída para o Mercosul.



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