São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Terreno da base foi arrendado de Cuba há 103 anos

DA REDAÇÃO

Com apenas 116 quilômetros quadrados e conquistada logo no início da Guerra Hispano-Americana, em 1898, Guantánamo foi a primeira base naval americana fora de seu território. A guerra, que durou até 1902, representou a primeira grande vitória militar dos EUA como país independente contra uma potência européia -ainda que já decadente. E marcaria o início de um expansionismo americano fora da América do Norte. Ao final da guerra, o país anexaria Cuba, Porto Rico, Filipinas e Guam.
Essa era marca um período de crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico dos EUA. De 1870 a 1890, o país viveu a chamada "longa depressão", decorrente dos estragos causados pela Guerra de Secessão. Os EUA estavam já recuperados e a contenda só elevou o moral americano.
De Guantánamo, os americanos preparariam a invasão de outra colônia espanhola, a ilha de Porto Rico. Cuba era a última colônia importante da Espanha nas Américas. As forças rebeldes lutavam pela independência da ilha desde 1895, lideradas por José Martí.
Em 1903, o novo presidente de Cuba, Tomás Estrada Palma, um cidadão americano colocado ali pelos vencedores, ofereceu um arredamento perpétuo de Guantánamo. O tratado cubano-americano ao final da guerra estipulou que os EUA teriam completa jurisdição e controle da área para bases navais e abastecimento. A partir de 1934, os EUA passaram a pagar um valor anual pelo uso da área. Com exceção do primeiro ano de seu regime, o ditador Fidel Castro nunca mais aceitou receber o pagamento pelo "aluguel" da área. Em 1º de janeiro de 1959, cidadãos e militares americanos deixaram de poder circular fora dos limites da base. A ditadura cubana também proibiu que a base contratasse novos cidadãos cubanos para trabalhar ali.
Em outubro de 1962, durante a crise dos mísseis, a população da base foi removida de lá, tendo a permissão para voltar pelo Natal do mesmo ano. Em 1964, o governo cubano cortou o suprimento de água, que os EUA compravam ali mesmo. No início, os americanos importaram água da Jamaica, depois criaram usinas de dessalinização. Nos últimos quarenta anos, a base é auto-suficiente em energia e água. Fidel Castro também mandou colocar uma fileira de cactos pelos 13 km da barreira entre os limites cubano e americano. Ambos os países espalharam minas nessa área. O presidente americano Bill Clinton ordenou a remoção das minas. As do lado cubano continuam lá.


Texto Anterior: Suspeita de tortura é resultado de falha da imprensa, afirma general
Próximo Texto: Militares negam acesso a presos e apagam fotos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.