|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAIBA MAIS
Terreno da base foi arrendado de Cuba há 103 anos
DA REDAÇÃO
Com apenas 116 quilômetros
quadrados e conquistada logo
no início da Guerra Hispano-Americana, em 1898, Guantánamo foi a primeira base naval
americana fora de seu território. A guerra, que durou até
1902, representou a primeira
grande vitória militar dos EUA
como país independente contra uma potência européia
-ainda que já decadente. E
marcaria o início de um expansionismo americano fora da
América do Norte. Ao final da
guerra, o país anexaria Cuba,
Porto Rico, Filipinas e Guam.
Essa era marca um período
de crescimento econômico e
desenvolvimento tecnológico
dos EUA. De 1870 a 1890, o país
viveu a chamada "longa depressão", decorrente dos estragos causados pela Guerra de
Secessão. Os EUA estavam já
recuperados e a contenda só
elevou o moral americano.
De Guantánamo, os americanos preparariam a invasão de
outra colônia espanhola, a ilha
de Porto Rico. Cuba era a última colônia importante da Espanha nas Américas. As forças
rebeldes lutavam pela independência da ilha desde 1895, lideradas por José Martí.
Em 1903, o novo presidente
de Cuba, Tomás Estrada Palma, um cidadão americano colocado ali pelos vencedores,
ofereceu um arredamento perpétuo de Guantánamo. O tratado cubano-americano ao final
da guerra estipulou que os
EUA teriam completa jurisdição e controle da área para bases navais e abastecimento. A
partir de 1934, os EUA passaram a pagar um valor anual pelo uso da área. Com exceção do
primeiro ano de seu regime, o
ditador Fidel Castro nunca
mais aceitou receber o pagamento pelo "aluguel" da área.
Em 1º de janeiro de 1959, cidadãos e militares americanos
deixaram de poder circular fora dos limites da base. A ditadura cubana também proibiu
que a base contratasse novos
cidadãos cubanos para trabalhar ali.
Em outubro de 1962, durante
a crise dos mísseis, a população
da base foi removida de lá, tendo a permissão para voltar pelo
Natal do mesmo ano. Em 1964,
o governo cubano cortou o suprimento de água, que os EUA
compravam ali mesmo. No início, os americanos importaram
água da Jamaica, depois criaram usinas de dessalinização.
Nos últimos quarenta anos, a
base é auto-suficiente em energia e água. Fidel Castro também mandou colocar uma fileira de cactos pelos 13 km da barreira entre os limites cubano e
americano. Ambos os países
espalharam minas nessa área.
O presidente americano Bill
Clinton ordenou a remoção
das minas. As do lado cubano
continuam lá.
Texto Anterior: Suspeita de tortura é resultado de falha da imprensa, afirma general Próximo Texto: Militares negam acesso a presos e apagam fotos Índice
|