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VENEZUELA
Manifestações simultâneas de 1º de maio ocorreram sem incidentes
Caracas tem marchas de chavistas e de oposição
DA REDAÇÃO
Dezenas de milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas ontem para duas marchas simultâneas, uma de apoio ao presidente Hugo Chávez e outra contra, nas primeiras grandes manifestações após o frustrado golpe
de Estado de três semanas atrás.
Cerca de 1.500 policiais acompanharam os protestos, patrulhando as ruas e ocupando os telhados dos prédios mais altos, de
onde franco-atiradores não-identificados haviam disparado na
multidão durante a megamanifestação contra Chávez no dia 11
de abril, que deixou 17 mortos.
Segundo fontes policiais, a marcha pró-Chávez, organizada pela
FBT (Força Bolivariana de Trabalhadores) teria reunido cerca de
100 mil pessoas, e, a manifestação
da oposicionista CTV (Confederação de Trabalhadores da Venezuela), 50 mil.
Mas os organizadores da marcha oficialista disseram ter juntado 1 milhão de manifestantes, enquanto a CTV disse que 300 mil
participaram de sua marcha. A
megamanifestação do dia 11, organizada em conjunto pela CTV e
pela Fedecámaras (principal associação empresarial do país) teria
reunido até 500 mil pessoas, segundo as estimativas.
Apesar dos temores sobre embates entre manifestantes chavistas e oposicionistas, não havia incidentes graves até o final da tarde. Ainda assim, as duas manifestações rivais de 1º de maio evidenciavam a ainda forte tensão política que reina no país e a permanência de uma forte divisão na sociedade venezuelana.
"Ele está de volta! Ele está de
volta!", gritavam os milhares de
simpatizantes de Chávez, muitos
deles vestindo boinas vermelhas
-parte do uniforme dos paraquedistas do Exército e que se tornou símbolo de Chávez desde que
ele liderou um golpe frustrado
contra o então presidente Carlos
Andrés Pérez, em 1992.
A marcha oposicionista passava
a apenas alguns quarteirões de
distância. Alguns participantes
vestiam camisetas com um alvo
desenhado e a inscrição "Eu não
sou um alvo", numa referência de
humor negro sobre as mortes na
manifestação do dia 11.
A oposição acusa Chávez de ter
ordenado a repressão à manifestação e o responsabilizam pelas
mortes. Chávez e seus aliados negam e afirmam que manifestantes
chavistas também foram mortos
naquele dia. O presidente prometeu um inquérito independente
para apurar as mortes e instalou
nesta semana uma comissão de
diálogo para diminuir as tensões
com a oposição.
Com agências internacionais
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