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PAQUISTÃO
Presidente obteve mais de 97% dos votos, segundo funcionários eleitorais, mas vitória é contestada por acusações de fraude
Plebiscito dá a Musharraf mais cinco anos no poder
SIMON DENYER
DA REUTERS, EM ISLAMABAD
O presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, conseguiu uma vitória esmagadora no
plebiscito conduzido ontem para
decidir sua permanência no poder por mais cinco anos, mas seu
triunfo foi contestado por acusações de fraude eleitoral.
Funcionários eleitorais disseram que Musharraf ganhou com
mais de 97% dos votos a seu favor
e um índice de comparecimento
dos eleitores às urnas que teria superado os 70%. A oposição afirma
que o número real de pessoas que
votaram foi muito menor.
Criticado internacionalmente
depois de assumir o poder num
golpe de Estado, em outubro de
1999, Musharraf, desde então, ganhou apoio dos EUA por ter
apoiado a campanha antiterror.
A idéia era que o plebiscito lhe
desse o mandato popular para levar adiante suas reformas econômicas e políticas e para permanecer no poder após as eleições parlamentares de outubro. Alguns
analistas, porém, dizem que o resultado pode até enfraquecer sua
posição, devido à maneira como o
plebiscito foi conduzido, com o
uso da máquina do Estado.
"Erro político"
"O plebiscito foi o maior erro
político já cometido por Musharraf", disse o analista político Mushahid Hussain. "O processo todo não foi justo, livre ou transparente. Enfraqueceu o presidente moral e politicamente", afirmou.
Na última eleição parlamentar,
em 1997, menos de 36% dos eleitores compareceram às urnas. Os
resultados de agora surpreenderam os observadores independentes, que disseram que os postos de votação nas duas maiores
cidades do país, Karachi e Lahore,
estavam calmos ontem.
Os partidos oposicionistas, que
tinham convocado um boicote ao
plebiscito classificando-o de não-democrático, estimaram o índice
de comparecimento às urnas em
apenas entre 5% e 7% e pediram a
renúncia de Musharraf. ""Rejeitamos este resultado", disse à Reuters Farhatullah Babar, porta-voz da premiê exilada Benazir Bhutto.
""Não há dúvida de que o regime Musharraf fraudou o voto."
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