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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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ELEIÇÕES NA ARGENTINA

Anunciado para o cargo caso ex-presidente seja eleito, Castro diz que ofensas entre ele e Lula não prejudicam relação

Mercosul será prioridade, diz "chanceler" de Menem

ROGERIO WASSERMANN
DA REDAÇÃO

Anunciado pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) como seu futuro chanceler, caso consiga um novo mandato nas eleições do próximo dia 18, o jornalista e advogado Jorge Castro afirma que a prioridade da política externa argentina deve ser "a relação com o Brasil e o Mercosul". Porém Castro diz que o país deve buscar, simultaneamente, uma "inserção no sistema de poder mundial", o que implica melhorar as relações com EUA e União Européia.
A política externa adotada por Menem em seus governos foi marcada pelo alinhamento incondicional com os EUA -nas palavras do então chanceler Guido Di Tella, a busca de "relações carnais" com os americanos.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida por Castro à Folha por telefone, de Buenos Aires.

Folha - A Argentina pode negociar diretamente com os EUA sua entrada à Alca [Área de Livre Comércio das Américas], ou só por meio do Mercosul, conjuntamente?
Castro -
Deve-se levar em conta que o Mercosul não foi criado para se transformar em uma barreira frente ao processo de globalização, mas para se inserir de maneira mais competitiva com a ação dos países que o integram. Portanto, as posições de Brasil e Argentina nas negociações internacionais certamente têm um caráter paralelo, uma vez que seus objetivos são coincidentes.

Folha - O que Menem mudará na política exterior argentina em relação ao atual governo?
Castro -
A situação argentina atual é de completo isolamento internacional. Por isso, a questão prioritária para um novo governo de Menem é a reinserção do país no sistema de poder mundial em todos os planos. Isso também determinará o que serão as características da política econômica interna e internacional.

Folha - Menem e Lula já trocaram acusações públicas. Pode haver problemas no relacionamento entre os dois governos por isso?
Castro -
Acho que não haverá nenhum tipo de inconveniente, porque a relação entre a Argentina e o Brasil é uma questão de Estado. O que está em jogo são as diferenças nacionais dos dois países. Portanto, os líderes dos dois países colocarão em primeiro plano precisamente o interesse nacional, que tem caráter absolutamente decisivo, tirando toda a relevância sobre qualquer tipo de diferenças que possa ter havido.


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