São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006 |
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LUIS GIAMPIETRI ROJAS 'Intromissão de Chávez no Peru é intolerável'
Para candidato a vice, García tem chance de corrigir erros que cometeu no poder FOLHA - Hugo Chávez tem sido o principal tema das declarações de Alan García nos últimos dias. Trata-se de uma preocupação legítima ou é uma estratégia de campanha para explorar a imagem negativa do presidente venezuelano no Peru? LUIS GIAMPIETRI ROJAS - Evidentemente, é uma intromissão de um presidente estrangeiro na política interna de um país. O mandatário da Venezuela não tem nada que opinar sobre o que queremos ou não. Por último, é o nosso desejo, não é ele que tem de induzir o desejo da gente, menos ainda apoiar um outro candidato. Não é um jogo limpo, ele excedeu amplamente as faculdades de qualquer presidente. É um ato de intolerância. FOLHA - Muitos eleitores consideram o voto a García um mal menor, e os dois candidatos apresentaram as maiores taxas de rejeição no primeiro turno. A pouca legitimidade do pleito de domingo o preocupa? GIAMPIETRI - Tenho a esperança de que seja uma eleição regular, como no primeiro turno. Haverá alguma votação em branco, mas não creio que seja significativa a ponto de produzir uma distorção da vontade da maioria. Creio que o plano de governo que oferece o Apra, as propostas do presidente García, marcam uma diferença total com o que foi o seu primeiro governo. O entorno mundial é distinto, não há uma crise como a que houve em 1985. Também não se esqueça de que a subversão fez esse país perder cerca de US$ 25 bilhões. Alguém teve de pagar essa conta, e quem pagou foi o presidente García. Disso, ninguém se lembra. Houve muitas coisas além das decisões erradas para que o primeiro governo não fosse tão bom. FOLHA - O sr. é crítico da Comissão
de Verdade e Reconciliação (CVR) e
pede anistia aos militares envolvidos na guerra ao Sendero. Essa será
a posição de um governo García?
GIAMPIETRI - Isso não foi conversado, é uma posição pessoal.
Defendo a anistia porque estamos sendo julgados por tribunais que nos condenaram antes
de começarem a julgar. Mas
não tenho nada, nada do que
me arrepender. |
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