São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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ARGENTINA

Revista processa Kirchner por publicidade discriminatória

DE BUENOS AIRES

Criticado por organismos internacionais por sua atitude "intimidatória" com a imprensa, agora o governo do presidente argentino, Néstor Kirchner, está sendo questionado na Justiça acusado de aplicar uma "política discriminatória" na distribuição da publicidade oficial.
O grupo Perfil, que edita "Notícias", a revista de informação geral mais vendida na Argentina, entrou com ação pública contra o governo por ser excluído da pauta publicitária. Também não recebe anúncios oficiais seu jornal semanal, "Perfil". Ambos criticam a Casa Rosada.
O questionamento se baseia em relatórios de organismos internacionais em defesa da liberdade de imprensa, como a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), e nos números oficiais da publicidade, obtidos por uma ONG local -diferentemente do Brasil, tais dados não são públicos.
A ação recebeu o apoio do jornal "La Nación", segundo mais vendido e considerado por Kirchner "opositor". Ele recebeu 37% a menos de publicidade em 2005 que o "Página 12", alinhado ao governo. "Página 12" só publicou menos anúncios oficiais que o diário mais vendido, "Clarín", embora tenha menos de 1/4 da circulação dele.
Os jornalistas do "Perfil" reclamam que não obtêm informações públicas nem são recebidos. Entidades de classe e a ONG Human Rights Watch tem reclamado de discursos de Kirchner contra a "imprensa independente". (FLÁVIA MARREIRO)


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