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Exército invade campo no Líbano; ao menos 19 morrem
Cerco a Nahr al Bared, usado como base por grupo radical Fatah al Islam, durava 13 dias
Total de mortos no conflito supera cem; acordo proíbe os militares libaneses de entrarem em campos de refugiados palestinos
DA REDAÇÃO
O Exército libanês voltou a
bombardear o campo de refugiados palestinos de Nahr al
Bared a fim de desalojar o grupo radical islâmico com o qual
está há 13 dias em conflito -o
pior embate interno no país
desde a guerra civil (1975-90).
Ontem, a operação deixou ao
menos 19 mortos, sendo 16 militantes ou civis e três militares.
A ofensiva começou ao amanhecer e terminou ao cair da
noite, com projéteis lançados
por tanques e outros blindados.
Nuvens provocadas pelos tiros
e pelos incêndios dificultavam
um dimensionamento preciso.
Em princípio os 12 campos
palestinos instalados no Líbano, onde vivem 400 mil, não
podem ser vasculhados pela
polícia ou pelo Exército libanês. Nahr al Bared está com
suas entradas bloqueadas por
militares. Dos 40 mil moradores, estima-se que 15 mil ainda
permaneçam em suas casas.
A novidade de ontem consistiu, para as tropas regulares, em
penetrar algumas centenas de
metros, já dentro do campo, para se aproximar de núcleos de
atiradores. Pouco depois os
mesmos alvos eram varridos
pela artilharia para destruir
plataformas do grupelho.
Segundo um informante militar libanês, uma unidade de
combatentes radicais foi "completamente varrida" do local.
Al Qaeda e Síria
O grupo islâmico Fatah al Islam instalou-se nesse campo
localizado ao norte da cidade de
Trípoli. Trata-se de uma formação nova e pequena, com
não mais de 200 militantes, que
teria vínculos com a Al Qaeda.
"Muçulmanos, levantem-se e
ajudem seus irmãos de Nahr al
Bared, porque essa é vossa
obrigação religiosa", exortou
Mohamed Hakaima, um dos dirigentes do grupo.
Um porta-voz militar libanês
disse que alguns radicais abandonaram as barricadas localizadas perto das entradas do
campo e se refugiaram em ruelas escondidas, levando consigo
civis que teriam usado como escudo humano. Por meio de alto-falantes, os militares aconselhavam os moradores a não
esconder os radicais.
Antes dos incidentes de ontem, o confronto entre a facção
muçulmana e o Exército já havia matado ao menos 84 pessoas -35 soldados, 29 radicais
e 20 civis. Ontem, segundo fontes libanesas, 60 civis e 17 do
Fatah al Islam foram feridos.
Um informante do grupo islâmico admitiu que os radicais
foram forçados "a um recuo" e
afirmou que entre os seus ocorreram apenas duas mortes.
Cerca de 20 palestinos do
grupo capturados pelos militares libaneses foram indiciados
por "terrorismo" e estão sujeitos à pena de morte. Um dirigente palestino no Líbano, Abbas Zaki, exortou o Exército libanês a não penetrar no campo
de refugiados, onde há civis.
O governo libanês acusa a Síria de estar por detrás do Fatah
al Islam. Mas o governo sírio
nega e argumenta que Shaker al
Abssi, líder do grupo, está na
lista dos criminosos procurados por sua polícia e seus serviços de segurança.
Com agências internacionais
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