São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011 |
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Irã autoriza investigar Ahmadinejad Parlamento, que acusa o presidente de violar a lei ao se nomear ministro do Petróleo, aprovou medida por 165 votos a 1 Decisão é novo capítulo de choques entre o líder e demais integrantes da linha-dura após atrito com o aiatolá Khamenei
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Por 165 votos a 1, o Parlamento do Irã autorizou que Mahmoud Ahmadinejad seja investigado por abuso de poder, em novo lance da disputa entre o presidente e a linha-dura do país antes da eleição parlamentar de 2012 e da presidencial, em 2013. Para os parlamentares, Ahmadinejad violou a lei ao demitir o ministro do Petróleo, Masoud Mirkazemi, e se nomear como ministro interino -o que o colocou na chefia da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), cuja presidência rotativa é exercida pelo Irã. Além disso, o presidente realizou uma reforma ministerial, fundindo pastas, sem a aprovação do Parlamento. O relatório do comitê parlamentar que analisou o caso chamou a autonomeação de Ahmadinejad de "ação ilegal e apressada, que pode prejudicar os interesses globais da República Islâmica do Irã". A votação não significa que o presidente do Irã responderá imediatamente a processo, mas abre espaço para investigação do Judiciário, chefiado pelo irmão de Ali Larijani -presidente do Parlamento e rival de Ahmadinejad na disputa interna. CHOQUES Em meio a protestos contra o regime, sufocados pelas forças do governo, Ahmadinejad já entrara em conflito com o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Khamenei barrou em abril tentativa de demitir Heidar Moslehi, ministro de Inteligência. O atrito com o líder supremo estimulou os rivais do presidente na linha-dura iraniana. No mês passado, cerca de 50 parlamentares assinaram uma petição que visava convocar Ahmadinejad para uma sabatina na Casa. O objetivo, segundo eles, era que o presidente esclarecesse a recusa de colocar em prática leis aprovadas pelo Parlamento e o que eles classificam como falta de transparência no Orçamento. Os parlamentares por pouco não obtiveram o quorum necessário. Se conseguissem, seria o primeiro questionamento de um presidente no Parlamento desde a Revolução Islâmica de 1979. PROTESTO Entidades judaicas protestaram ontem contra a visita do ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, a Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), onde participou de evento com o presidente Evo Morales. O ministro é acusado pela Justiça argentina de ser mentor do atentado contra a entidade judaica Amia, que deixou 85 mortos em Buenos Aires, em 1994. Desde 2007, há ordem de captura internacional emitida contra Vahidi. Texto Anterior: Peru: Cai vantagem de direitista, e Bolsa de Lima despenca Próximo Texto: Foco: Menino assassinado se torna símbolo da revolta na Síria Índice | Comunicar Erros |
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