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"Voto do povo não se negocia", diz cocaleiro
DO ENVIADO ESPECIAL
Evo Morales volta ao Congresso à frente de uma bancada respeitável prometendo não dar trégua na luta contra o neoliberalismo.
"O voto do povo não se negocia", afirmou ao ser questionado sobre uma aliança com os partidos de direita para formar o novo governo do país.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
(RU)
Folha - Sua votação foi uma
surpresa?
Evo Morales - O povo da Bolívia mostrou que está cansado
do modelo que aí está.
Folha - O sr. integraria um governo com partidos de direita?
Morales - Se um dia tivermos
de ser governo, a nossa aliança
só poderá ser feita com o povo
organizado. O voto do povo
não se negocia.
Folha - Sua candidatura foi beneficiada pelo embaixador dos
EUA, que ameaçou com sanções
se o sr. fosse eleito?
Morales - Ele foi meu maior
cabo eleitoral, mas não foi isso
que definiu a eleição. Os bolivianos estão cansados dos políticos neoliberais.
Folha - O sr. tem simpatia por
algum político do Brasil?
Morales - Admiro muito o Lula [candidato a presidente pelo
PT".
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