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Proximidade com EUA reforça desigualdades
DO ENVIADO ESPECIAL
À CIDADE DO MÉXICO
Apesar do crescimento estimado em 6% do PIB em 2006 e
dos US$ 18 bilhões em investimentos estrangeiros recebidos
em 2005 (que fez do país o
maior receptor na América Latina), o México não se beneficia
como um todo. Enquanto o
norte se desenvolve, em alguns
Estados do sul a renda per capita equivale à da Guatemala.
"O México continua sendo
muito atraente para investimentos estrangeiros pela sua
proximidade com os EUA e a
alíquota zero para entrar no
mercado americano. O problema é que as fábricas preferem
os Estados com melhor infra-estrutura e mão-de-obra mais
qualificada, o que só reforça a
concentração de renda e a desigualdade regional", diz o economista Javier Mancera.
"Não fomos capazes de reter
as fábricas que transferiram
suas linhas de montagem para a
China. Os Estados do sul têm
mão-de-obra muito barata, seríamos competitivos."
A indústria automobilística
investiu US$ 5 bilhões nos últimos dois anos. Mesmo em um
país que investiu tudo no modelo exportador, o mercado interno participou do boom.
Quase 2 milhões de carros zero
quilômetro foram vendidos no
México em 2005.
"Tivemos uma política industrial muito agressiva. Temos acesso com tarifa zero a 42
países. E vantagens de transporte e de uma tradição de manufatura", diz Eduardo Solis,
chefe de promoção de investimentos do Ministério da Fazenda.
Na outra ponta da desigual
economia mexicana há o drama
das maquiladoras, as fábricas
de montagem que funcionam
no norte do país. De 2000 a
2003, quase 400 mil empregos
desapareceram pela transferência de fábricas para a China.
De lá para cá o setor se reativou,
e 200 mil postos de trabalho foram criados - só que na fabricação de produtos de maior valor agregado e com demanda de
trabalhadores mais qualificados. O destino de muitos dos
desempregados foi atravessar o
rio Grande.
(RJL)
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