São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Brown acusa Al Qaeda de planejar ataques

Para premiê, ameaça ao Reino Unido não desaparecerá nos próximos dias ou meses; polícia prende suspeito em Liverpool

Apesar do alerta máximo contra o terrorismo, mais de 60 mil assistiram a um concerto em homenagem à princesa Diana, em Londres

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acusou o grupo terrorista islâmico Al Qaeda de está por trás do ataque ao aeroporto de Glasgow (Escócia), anteontem, e dos planos de detonar os dois carros-bombas encontrados em Londres, na sexta-feira.
"Não quero comentar enquanto a investigação policial está em curso, mas está claro que estamos lidando, em termos gerais, com pessoas que estão associadas à Al Qaeda", disse ele em entrevista ontem à TV pública BBC, a primeira desde que assumiu o cargo na última quarta-feira.
Para a Scotland Yard, "estão se tornando cada vez mais claras" as conexões entre os carros-bomba londrinos e o atentado na Escócia. Já são cinco os suspeitos presos.
O premiê disse que o Reino Unido enfrenta uma "ameaça de longo prazo" que "não vai desaparecer em poucas semanas ou meses". Questionado sobre a ligação entre as ameaças e a atuação britânica no Iraque e no Afeganistão, disse: "Independentemente do Iraque, independentemente do Afeganistão, independentemente do que está ocorrendo em diferentes parte do mundo, nós temos uma organização internacional que está tentando infligir o máximo de dano à vida civil".
A apresentação da entrevista no site da BBC - com o título "Batismo de Fogo?"- dá a dimensão dos primeiros dias do premiê no poder. Na sexta-feira, a polícia anunciou ter encontrado dois carros-bomba em Londres, preparados para serem detonados à distância. A equipe de segurança do governo estava reunida para avaliar a ameaça londrina quando um carro em chamas invadiu o aeroporto de Glasgow, o maior da Escócia.
Após o ataque, o premiê anunciou o "alerta crítico", o mais alto da escala das forças de segurança contra o terrorismo, que significa que as autoridades trabalham com a hipótese de um atentado iminente.

Diana e investigações
Apesar do alerta máximo, ontem mais de 60 mil pessoas foram ao estádio de Wembley, em Londres, para assistir a um tributo à princesa Diana, morta há dez anos. Os filhos dela com o príncipe Charles, William e Harry, abriram o concerto ao lado do cantor Elton John, que foi amigo de Diana. A segurança no local foi reforçada para o show de seis horas.
O príncipe Harry, 22, o terceiro na linha de sucessão no trono inglês, fez ainda uma homenagem a seus colegas de regimento enviados à Guerra do Iraque - ele serviria na cidade iraquiana de Basra, mas o Ministério da Defesa inglês cancelou a missão por motivos de segurança. "Queria estar aí com vocês. Mas sinto muito, eu não estaria seguro", disse.
Na única potencial ameaça registrada ontem na cidade, um dos terminais do aeroporto de Heathrow foi fechado porque a polícia disse ter encontrado um "pacote suspeito". O local foi reaberto horas depois.
Nos arredores de Glasgow, a polícia seguia ontem revistando casas. Buscas também ocorreram em Liverpool (noroeste da Inglaterra), onde um quinto suspeito, um homem de 26 anos, foi preso, por suposta conexão com as ameaças. Segundo a BBC, os três não seriam britânicos.
Já haviam sido detidos anteontem o motorista e o passageiro do jipe carregado com cilindros de gás que invadiu o aeroporto de Glasgow, além de um casal, um homem de 27 anos e uma mulher de 26, em Cheshire (norte inglês).
O motorista do jipe, que, segundo testemunhas, lançou gasolina sobre si, sofreu queimaduras graves e recebe cuidados em um hospital da região. No pátio do hospital, a polícia escocesa disse ter localizado um carro ligado aos suspeitos, que foi submetido a uma explosão controlada "por precaução".
O passageiro e motorista foram descritos como "sul-asiáticos" por testemunhas -no Reino Unido vive um grande contingente de imigrantes de Índia e Paquistão. A polícia afirmou que eles não "são escoceses".


Com agências internacionais


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