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Brown acusa Al Qaeda de planejar ataques
Para premiê, ameaça ao Reino Unido não desaparecerá nos próximos dias ou meses; polícia prende suspeito em Liverpool
Apesar do alerta máximo
contra o terrorismo, mais de 60 mil assistiram a um concerto em homenagem à princesa Diana, em Londres
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acusou o
grupo terrorista islâmico Al
Qaeda de está por trás do ataque ao aeroporto de Glasgow
(Escócia), anteontem, e dos
planos de detonar os dois carros-bombas encontrados em
Londres, na sexta-feira.
"Não quero comentar enquanto a investigação policial
está em curso, mas está claro
que estamos lidando, em termos gerais, com pessoas que estão associadas à Al Qaeda", disse ele em entrevista ontem à
TV pública BBC, a primeira
desde que assumiu o cargo na
última quarta-feira.
Para a Scotland Yard, "estão
se tornando cada vez mais claras" as conexões entre os carros-bomba londrinos e o atentado na Escócia. Já são cinco os
suspeitos presos.
O premiê disse que o Reino
Unido enfrenta uma "ameaça
de longo prazo" que "não vai
desaparecer em poucas semanas ou meses". Questionado sobre a ligação entre as ameaças e
a atuação britânica no Iraque e
no Afeganistão, disse: "Independentemente do Iraque, independentemente do Afeganistão, independentemente do que está ocorrendo em diferentes parte do mundo, nós temos
uma organização internacional
que está tentando infligir o máximo de dano à vida civil".
A apresentação da entrevista
no site da BBC - com o título
"Batismo de Fogo?"- dá a dimensão dos primeiros dias do
premiê no poder. Na sexta-feira, a polícia anunciou ter encontrado dois carros-bomba
em Londres, preparados para
serem detonados à distância. A
equipe de segurança do governo estava reunida para avaliar a
ameaça londrina quando um
carro em chamas invadiu o aeroporto de Glasgow, o maior da
Escócia.
Após o ataque, o premiê
anunciou o "alerta crítico", o
mais alto da escala das forças de
segurança contra o terrorismo,
que significa que as autoridades trabalham com a hipótese
de um atentado iminente.
Diana e investigações
Apesar do alerta máximo, ontem mais de 60 mil pessoas foram ao estádio de Wembley,
em Londres, para assistir a um
tributo à princesa Diana, morta
há dez anos. Os filhos dela com
o príncipe Charles, William e
Harry, abriram o concerto ao
lado do cantor Elton John, que
foi amigo de Diana. A segurança no local foi reforçada para o
show de seis horas.
O príncipe Harry, 22, o terceiro na linha de sucessão no
trono inglês, fez ainda uma homenagem a seus colegas de regimento enviados à Guerra do
Iraque - ele serviria na cidade
iraquiana de Basra, mas o Ministério da Defesa inglês cancelou a missão por motivos de segurança. "Queria estar aí com
vocês. Mas sinto muito, eu não
estaria seguro", disse.
Na única potencial ameaça
registrada ontem na cidade, um
dos terminais do aeroporto de
Heathrow foi fechado porque a
polícia disse ter encontrado um
"pacote suspeito". O local foi
reaberto horas depois.
Nos arredores de Glasgow, a
polícia seguia ontem revistando casas. Buscas também ocorreram em Liverpool (noroeste
da Inglaterra), onde um quinto
suspeito, um homem de 26
anos, foi preso, por suposta conexão com as ameaças. Segundo a BBC, os três não seriam
britânicos.
Já haviam sido detidos anteontem o motorista e o passageiro do jipe carregado com cilindros de gás que invadiu o aeroporto de Glasgow, além de
um casal, um homem de 27
anos e uma mulher de 26, em
Cheshire (norte inglês).
O motorista do jipe, que, segundo testemunhas, lançou gasolina sobre si, sofreu queimaduras graves e recebe cuidados
em um hospital da região. No
pátio do hospital, a polícia escocesa disse ter localizado um
carro ligado aos suspeitos, que
foi submetido a uma explosão
controlada "por precaução".
O passageiro e motorista foram descritos como "sul-asiáticos" por testemunhas -no Reino Unido vive um grande contingente de imigrantes de Índia
e Paquistão. A polícia afirmou
que eles não "são escoceses".
Com agências internacionais
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