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ORIENTE MÉDIO
Grupo defende Arafat
Reunião anti-Arafat no Fatah sofre ataque
DA REDAÇÃO
A crise na Autoridade Nacional
Palestina e no Fatah, ambos presididos por Iasser Arafat, voltou a
se acentuar ontem e elevou o temor de que o caos na segurança
na faixa de Gaza também se alastre para a Cisjordânia.
Cerca de 20 homens mascarados e armados invadiram uma
reunião do Fatah em Nablus (Cisjordânia) dando tiros para o ar.
Os 70 participantes do encontro
eram reformistas que defendem
mudanças no grupo político de
Arafat, além de reivindicar reformas, como a realização de eleições na organização -a última
votação foi há 15 anos.
Os invasores afirmaram ser
membros das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo terrorista ligado a algumas alas do Fatah. Eles
acusaram os reformistas que participavam da reunião de estarem
tramando uma conspiração para
derrubar Arafat. No encontro,
que deveria durar uma semana,
não foi pedido para que o presidente palestino deixe o cargo.
Apesar dos disparos, não houve
feridos. Alguns dos delegados do
Fatah que estavam no encontro
conversaram com os invasores
para ouvir os seus protestos.
Em uma carta divulgada mais
tarde para os jornalistas, os delegados do Fatah na reunião advertiram Arafat de que autoridades
corruptas "estão usando suas posições na ANP para roubar e burlar a lei", causando uma queda na
confiança do governo palestino.
"Presidente Arafat, esta talvez
seja a sua última chance para reformar a nossa situação antes de
que cheguemos ao fim. Nós precisamos urgentemente de uma revolução no nosso movimento, o
Fatah", dizia a carta.
Na faixa de Gaza, Mohammed
Dahlan, ex-chefe de segurança e
uma das mais poderosas figuras
na região, voltou a criticar Arafat,
ameaçando o líder palestino com
grandes manifestações caso não
sejam realizadas reformas no governo nos próximos dez dias.
"Arafat agora está sentado nos
corpos e nas ruínas dos palestinos
no momento em que mais precisamos dele", disse Dahlan, um
dos maiores inimigos políticos do
líder palestino dentro do Fatah e
figura que goza da simpatia não
só dos reformistas palestinos como também de Israel e dos EUA.
Exigindo reformas na ANP, Dahlan disse a um jornal do Kuait
que o seu objetivo não é destruir a
imagem de Arafat, mas corrigi-la
"para que ela permaneça bonita".
O incidente em Nablus e as declarações de Dahlan são apenas os
mais recentes sintomas do descontentamento dos palestinos
com a corrupção no governo, a
incerteza com a criação de um futuro Estado e os quatro anos de
violência e ocorrem apenas dias
depois de Arafat encerrar uma
crise no seu gabinete.
Autoridades ligadas a Arafat
acusam Dahlan de ser o responsável pelas recentes manifestações
de oposição ao poder de Arafat na
faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Com agências internacionais
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