São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Sob diálogo por reféns Caracas solta "paras"

Grupo de 27 colombianos acusados de planejar ataque ao presidente é solto durante negociação por reféns das Farc

Paramilitares presos desde 2004 receberam na quarta o perdão de Chávez, que discute com Uribe troca de reféns por guerrilheiros

DA REDAÇÃO

A Venezuela libertou ontem 27 de um total de 41 supostos paramilitares colombianos presos no país em 2004 sob acusação de planejar um ataque contra o palácio presidencial. Na última quarta, o grupo recebera indulto do presidente Hugo Chávez em meio às negociações entre Bogotá e Caracas que podem culminar na soltura de 45 reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e, em contrapartida, de 500 guerrilheiros pelo governo colombiano.
O ato ocorreu em San Antonio del Táchira, perto da fronteira entre os dois países, e foi presidido pelos ministros venezuelanos da Defesa, general Gustavo Rangel Briceño, e da Justiça, Pedro Carreño.
"[Com o gesto] se materializa a vontade [da Venezuela] de atuar em conjunto pela manutenção da paz" na Colômbia, disse Rangel, acrescentando que seu governo "espera que este passo seja seguido por muitos outros". "Não podemos esperar paz na região enquanto não houver paz na Colômbia."
Os colombianos foram entregues a autoridades de seu país em um destacamento da Guarda Nacional, de onde embarcaram em um ônibus que atravessaria a fronteira.
Chávez chamara o indulto de um "gesto de boa vontade" com o qual esperava estimular a troca de reféns e prisioneiros entre o governo colombiano e as Farc. Na sexta, o venezuelano se reuniu por mais de sete horas em Bogotá com o colega colombiano, Álvaro Uribe, para debater o processo ainda incipiente. Saiu com a promessa de receber um enviado das Farc para prosseguir com as negociações, mas sem fixar datas.
Ontem, antes de retornar à Venezuela, ele se encontrou na residência do embaixador venezuelano em Bogotá com advogados de líderes da milícia esquerdista presos nos EUA.
"O presidente Chávez nos atendeu durante a madrugada e foi muito cordial", disse Ramiro Orjuela, advogado de Simón Trinidad -o membro das Farc de mais alto escalão extraditado para os EUA.
Segundo Orjuela, Chávez quer incluir líderes das Farc presos nos EUA entre os 500 guerrilheiros a serem libertados sob o acordo. "Ele não sabe ainda como tratarão essa questão, pois o debate sobre esse tema ainda não começou", disse.


Com agências internacionais


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