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EUA cometem "erro histórico" ao apoiar Geórgia em conflito, diz chanceler russo
DO ENVIADO A BRUXELAS
Enquanto os líderes europeus praticavam ontem o contorcionismo político para condenar a Rússia sem estremecer
suas relações com o país, em
Moscou o tom das advertências
era bem menos diplomático. A
Chancelaria russa voltou a insinuar que os Estados Unidos tenham usado navios com ajuda
humanitária para fornecer armas à Geórgia e alertou Washington de que apoiar o governo de Tbilisi representa um erro "histórico".
O chanceler russo, Serguei
Lavrov, propôs a imposição de
um embargo de armas à Geórgia e mandou um recado para
os americanos. "Se em vez de
escolherem seus interesses nacionais e os do povo georgiano,
os Estados Unidos e seus aliados optarem pelo regime [do
presidente Mikhail] Saakashvili, isso será um erro de proporções verdadeiramente históricas", disse Lavrov.
O ministro russo defendeu
um bloqueio ao fornecimento
de armas ao país do Cáucaso
"até que diferentes autoridades
transformem a Geórgia em um
Estado normal". Horas depois,
o porta-voz do ministério completou o recado.
Andrei Nesterenko disse haver "suposições" de que os carregamentos de ajuda humanitária à Geórgia levados por navios ocidentais após a guerra
incluíram "componentes militares que serão usados para o
rearmamento" do país.
Lavrov criticou os EUA pelo
suporte dado ao governo de
Saakashvili, incluindo treinamento militar, afirmando que
faltou influência para conter as
ações militares georgianas.
"Pelo contrário, [esse apoio]
encorajou o regime irresponsável e suas apostas", disse o
chanceler russo. A crise no
Cáucaso foi desencadeada pela
tentativa georgiana de recuperar o controle sobre a Ossétia
do Sul, em seguida reprimida
pela Rússia.
Numa demonstração da distância entre Moscou e o Ocidente na busca por uma solução para o impasse, Nesterenko
deixou claro que não há prazo
para a retirada das tropas russas posicionadas em torno da
Ossétia do Sul e da Abkházia. O
porta-voz disse que o Kremlin
aceitaria a presença na região
de uma polícia internacional liderada pela União Européia,
contanto que ela inclua a participação de tropas russas.
(MN)
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