DO ENVIADO A BRUXELAS

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) desmentiu ontem reportagem da revista alemã "Der Spiegel" desta semana, que cita relatórios da entidade para atribuir a "erros de comportamento" da Geórgia a eclosão da guerra no Cáucaso. Procurado pela Folha, o porta-voz da OSCE, Martin Nesirky, qualificou de "absurda" a informação de que a organização teria coletado dados por meio de escutas telefônicas, como indicou a revista.
"A missão da OSCE na Geórgia produz relatórios regulares que são distribuídos a todos os 56 Estados participantes, inclusive a Rússia e a Geórgia. Eles são compilados de forma imparcial", disse Nesirky. "Trata-se de relatórios factuais, não analíticos. Nenhum contém os dados mencionados pela "Spiegel"."
Na reportagem, a revista diz que "comunicados transmitidos de forma informal" ao governo alemão indicam que "os erros de comportamento do governo da Geórgia levaram à erupção da crise" e que o país teria preparado intensamente a ação militar contra a Ossétia do Sul.
A revista lembra que Tbilisi lançou sua ofensiva em 7 de agosto, antes que os tanques russos entrassem no túnel de Roki, que separa os dois países. Segundo o porta-voz, a informação não poderia ser atribuída à entidade. "Os observadores da OSCE não têm acesso ao túnel de Roki", diz Nesirky. (MN)


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