São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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Cuba planeja privatização dos serviços do setor de alimentação

Havana quer fechar refeitórios estatais e abrir mais o varejo a cooperativas

DA REDAÇÃO

O governo de Cuba planeja descentralizar a venda de alimentos e fechar refeitórios de empresa administrados pelo Estado, como forma de dinamizar a economia e cortar gastos, informaram ontem fontes do governo. Essas são as mais recentes de uma série de medidas descentralizadoras feitas pelo governo de Raúl Castro.
Como compensação pelo fechamento dos "comedores", trabalhadores cubanos passarão a ter uma remuneração adicional referente à alimentação.
Em condição de anonimato, uma fonte do governo relatou que a ordem já está pronta para fechar os refeitórios dos ministérios em Havana e para pagar aos empregados mais 15 pesos por dia. Ele disse ainda que, se a medida der certo, outras cantinas poderão ser fechadas na cidade e em todo o país.
Assim como outros países do Caribe, Cuba foi bastante atingida pela crise econômica mundial, que reduziu os recursos das exportações e do turismo.
O governo cubano cortou as importações em 30%, assim como 10% do Orçamento, e implantou medidas de economia de energia. A estimativa oficial de crescimento do PIB neste ano caiu de 6% para 1,7%.
A decisão de fechar os refeitórios acontece no momento em que o governo estuda passar para o controle de trabalhadores -por meio de cooperativas- alguns estabelecimentos que vendem alimentos no varejo e aumentar a concessão de licenças para comerciantes privados de alimentos, o que estava congelado nos últimos anos.
Essa é a segunda grande reforma econômica desde a descentralização da agricultura e o empréstimos de terras improdutivas do Estado, anunciados em março.
Segundo um comunicado do Partido Comunista, o líder máximo de Cuba, Raúl Castro, considera a descentralização e "a busca de novas fórmulas para liberar o potencial produtivo do país" ações fundamentais para a política econômica até o fim do ano e para 2010.
Em um recente encontro de contadores a portas fechadas, o ministro do Planejamento e da Economia pareceu ter defendido o sistema cooperativista ou até o de pequenos negócios privados. O ministério se tornou o centro dos esforços para melhorar a economia desde que Raúl substituiu em março todo o gabinete econômico herdado de seu irmão Fidel Castro.


Com agências internacionais


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