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CASO LOCKERBIE
Reino Unido mostra cartas para justificar soltura de líbio
DA ASSOCIATED PRESS
O governo britânico divulgou ontem documentos secretos para tentar pôr fim às
acusações de que teria libertado o suposto autor do atentado de Lockerbie, em 1988,
para obter favores comerciais da Líbia.
O ex-espião líbio Abdel
Basset al Meghrahi, único
condenado pelo atentado aéreo de Lockerbie (Escócia),
no qual 270 pessoas morreram, foi libertado há duas semanas supostamente por razões humanitárias. Diagnosticado com câncer da próstata em fase terminal, ele havia
cumprido numa prisão escocesa oito anos de uma pena
de prisão perpétua.
Londres tornou públicas
correspondências com autoridades escocesas para mostrar que não houve pacto
com o ditador Muammar
Gaddafi, que ontem festejou
40 anos no poder, para libertar Al Meghrahi.
Segundo o "Sunday Times", a libertação está relacionada a um acordo de exploração de petróleo e gás
entre a britânica BP e a Líbia,
avaliado em R$ 60 bilhões.
As cartas mostram que o
ministro da Justiça britânico, Jack Straw, inicialmente
resistente à inclusão de Al
Meghrahi em um acordo de
troca de prisioneiros entre
Londres e Trípoli, acabou
mudando de ideia diante do
estado de saúde do réu.
Os documentos divulgados ontem também mostram
laudos médicos atestando a
gravidade do câncer que afeta o supostos terrorista.
Sob chuva de críticas de
boa parte do Ocidente, o primeiro-ministro britânico,
Gordon Brown, relatou ao
"Financial Times" ter dito
em julho a Gaddafi que qualquer decisão sobre Al Meghrahi competia às autoridades
da Escócia.
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