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Ataque dos EUA deve ter 2 estágios
KIM SENGUPTA
DO "THE INDEPENDENT"
Ao longo das noites do final de
semana passado, os céus sobre as
bases da Força Aérea britânica em
Mildenhall (Suffolk) e Fairford
(Gloucestershire) trovejavam
com o barulho de gigantescos
aviões de transporte carregando
armas para a guerra iminente.
Os C-130 Hercules e C-141 Starlifters estão carregando mísseis
Cruise e bombas orientadas por
satélite para bases aéreas avançadas, como parte da maior movimentação de aviões e munições
nos EUA e no Reino Unido desde
a Guerra do Golfo (91). O porta-aviões Kitty Hawk deixou ontem
sua base no Japão para se unir aos
outros quatro porta-aviões já posicionados para a batalha.
Todas as indicações que vêm de
Londres e Washington são que
dentro de alguns dias acontecerão
os primeiros ataques em uma
guerra de atrito que promete ser
longa e dolorosa.
Parece cada vez mais provável
que a operação aconteça em dois
estágios, com um ataque inicial
com mísseis, bombas e a participação limitada de forças de terra
especiais contra as forças do Taleban e a rede terrorista Al Qaeda,
de Osama bin Laden. A seguir, depois de uma pausa, o conflito se
ampliará com a orquestração de
serviços de informação, forças especiais e poderio aéreo de base
terrestre e marítima.
Boa parte das informações necessárias já foram obtidas, de fontes tanto previsíveis quanto surpreendentes. Os russos forneceram detalhes sobre as antigas fortificações dos mujahidin agora
em uso pelo Taleban e pela Al
Qaeda, entre as quais um bem defendido centro de comando na
cordilheira de Haruti.
Também surgiram informações
vindas do Paquistão, da Índia e de
países árabes amigos. O "The Independent" descobriu, no entanto, que algumas informações vitais foram fornecidas pela Síria,
um "Estado que apóia o terrorismo" de acordo com funcionários
do Pentágono.
Depois de semanas de sinais
confusos e muitas vezes conflitantes de comandantes políticos e
militares, de disputas entre as alas
belicosa e cautelosa dentro do governo dos EUA e de especulações
infundadas, está surgindo uma
espécie de padrão discernível
quanto à forma da campanha.
O raciocínio que explica o ataque em dois estágios o define como tentativa de garantir que as
forças do Taleban sejam "desestimuladas" a ajudar a Al Qaeda
quando começar o ataque direto
contra suas bases. Neutralizar o
Taleban será também de grande
ajuda para a Aliança do Norte,
que o Ocidente se apressa a patrocinar, apesar das dúvidas sobre
sua capacidade política e militar.
Os blindados e os aviões do Taleban provavelmente serão os primeiros alvos do ataque. Os blindados consistem de alguns poucos tanques soviéticos, abandonados ou capturados, e de carros
blindados. Eles dispõem também
de cerca de 130 lançadores múltiplos de foguetes e de mais ou menos 20 mísseis terra-terra Scud e
Frog. As defesas antiaéreas são
formadas por mísseis portáteis
Stinger -fornecidos pelos EUA
nos dias em que as milícias afegãs
eram "combatentes da liberdade"- e mísseis soviéticos.
A "força aérea" do Taleban consiste de 19 velhos MiGs e helicópteros soviéticos, ainda que alguns
deles sirvam apenas como fontes
de peças sobressalentes para
manter os demais em vôo. Os
aviões eram pilotados por tripulações fornecidas pelo serviço secreto paquistanês, que foram advertidas pelos EUA para procurar
novos empregos.
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