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À ESPERA
Forças terrestres do grupo extremista islâmico do Afeganistão estão vulneráveis e expostas
Taleban envia armas a montanha
DO "THE INDEPENDENT"
As forças do Taleban estão se
preparando para a guerra e transferindo suas armas pesadas para
as montanhas. Os planejadores
militares em Washington e Londres acreditam que esse seja o
momento ideal para apanhá-las
em campo aberto, antes que atinjam seus esconderijos.
As forças terrestres do Taleban
estão vulneráveis e expostas, especialmente os cerca de 15 mil soldados concentrados na fronteira
paquistanesa, perto de Peshawar.
Há outros motivos para que um
ataque rápido contra o Taleban
esteja sendo proposto. Sofrer um
ataque do Ocidente, espera-se,
permitiria que o mulá Omar e os
demais líderes do Taleban se "arrependessem" de sua recusa em
entregar Osama bin Laden.
O tempo necessário para montar a segunda parte da operação
de guerra será descrito como um
prazo para o Taleban entregá-lo
ou enfrentar punição ainda mais
severa do que o ataque inicial.
Os primeiros ataques de bombardeio serão acompanhados de
uma campanha de propaganda
cujo objetivo será desestabilizar o
Taleban ainda mais. Panfletos serão lançados sobre o país, e transmissões de rádio do Taleban sofrerão interferência. Áreas que
vierem a ser ocupadas pela Aliança do Norte receberão muita assistência e alimentos.
De acordo com o Ministério da
Defesa britânico e com o Pentágono, as forças aliadas estão agora
"posicionadas" para executar a
primeira fase da missão. Forças
especiais britânicas e dos EUA já
estão no Afeganistão, reunindo
informações e localizando alvos.
Elas serão os guias para os aviões
de ataque e para unidades terrestres de maior porte.
As opções de ataque aéreo são
muitas. No momento, há quatro
grupos navais de combate, formados em torno de porta-aviões, navegando no golfo Pérsico, no mar
da Arábia e no oceano Índico.
Somando-se os aviões baseados
em Turquia, Arábia Saudita e Diego Garcia, uma ilha do oceano Índico controlada pelos EUA, o total
de aviões de ataque disponíveis é
de cerca de 550. Devido a problemas internos e externos do governo saudita, é improvável que as
bases no país sejam empregadas
no ataque. Incirlik, na Turquia, e
Diego Garcia seriam os pontos de
partida prováveis para os ataques
com caças-bombardeiros F-15 e
F-16 e bombardeiros B-52 e B-1.
Mísseis desempenharão um papel importante, e os grupos navais
de combate dos EUA dispõem de
navios capazes de disparar mísseis de cruzeiro Tomahawk.
A campanha terrestre é muito
mais complicada. Ainda que os
americanos tenham exigido, e recebido, autorização do presidente
paquistanês, general Pervez Musharraf, para deslocar tropas para
o país, há enorme apreensão
quanto a transformar o Paquistão
em centro da operação, já que isso
pode ameaçar sua estabilidade.
As antigas repúblicas soviéticas
do Uzbequistão, Tadjiquistão e
Turcomenistão, bem como o Cazaquistão, em menor escala, podem oferecer alternativas viáveis.
O Cazaquistão já ofereceu o uso
de suas bases, mas o país não tem
fronteira com o Afeganistão. O
Uzbequistão foi a escolha do
Exército soviético como base na
invasão do Afeganistão, em 79, e
há antigas bases soviéticas em
pontos estratégicos. Chefes dos
serviços de segurança das ex-repúblicas e o diretor do serviço de
segurança interno russo FSB se
reuniram para discutir a crise ontem. Ainda que tenham se declarado favoráveis a ataques contra o
Taleban, não sabem o que aconteceria depois. É esse o problema da
segunda fase da campanha.
Ainda não está claro se o Afeganistão seguirá como alvo, como
quer o secretário de Estado, Colin
Powell, ou se haverá uma ação
mais ampla, defendida pelo subsecretário da Defesa Paul Wolfowitz.
Se a segunda opção for escolhida, a Operação Liberdade Duradoura pode ser uma guerra confusa, sangrenta e demorada.
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